sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mãos abertas


Deixar ir, como vento, como água de rio.
Soltar, como solta areia, como solta pássaro.
Quando somos crianças, nos agarramos desesperadamente a tudo que querem de nós tirar, com o tempo aprendemos que o desespero momentâneo passa e que as coisas que realmente são nossas nunca se vão pra sempre.
Aprendemos também sobre a lei do "bate-volta", e também sobre a abundância que é essa coisa chamada vida.
Aí, deixamos ir, como a folha sob a água do riacho. E ao invés de lamentar, aprendemos pular na água e nadar.
Afinal, não há música na vida que não possamos aprender dançar.


Camila Lourenço

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Com defeito

Você sabe que está estragado(a) quando sente saudade sem dever ou fazer sentido sentir.

Camila Lourenço

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sincericídio

"Eu sou estranha. Graças a Deus. Que castigo horrível seria ser tida só como normal."

Já tem um bom tempo que não deixo meus dedos viajarem pelo teclado falando exatamente o que estou sentindo, e ando mesmo sentindo muita falta disso. Como acho que vontade é coisa que deve ser morta, vou satisfazer meu desejo.
Não tenho uma lista muito grande de namorados na vida pra contar. Não que namorar seja algo que não me apeteça. Apetece sim. Como quase toda garota gosto de dormir de conchinha, conversar sem dizer nada, fazer programas patéticos juntos, como mergulhar num sábado a tarde numa piscina de bolinhas e ainda assim achar aquilo o melhor programa do mundo. Na teoria e em alguns aspectos, sou uma pessoa bem normal. Mas, é preciso que valha a pena, muito a pena para que eu decida dispor do meu tempo, do meu coração insano e dos que me são caros para eu conseguir namorar, e há também o fator tumtumtum. Então, sem arrogância ou egocentrismo, estou sozinha porque quero e odeio, ODEIO mesmo quando viram pra mim e falam:"nossa, mas uma moça tão bonita e talentosa sozinha?Por que?" Bem, é porque EU QUERO. Não que eu não queira um amor tranquilo com sabor de fruta mordida, nem que não tenha bons rapazes na cidade onde vivo ou por onde ando. É só que não aconteceu aqui dentro, então, prefiro não arriscar nada sem eu ter ao menos aquela centelha no peito que fará com que até as quedas valham a pena. Mas, não é sobre isso que quero falar hoje. Quero falar sobre as pessoas que julgam, que não sabem entender jeito de ser. Posso estar parecendo arrogante e presunçosa nas minhas palavras, mas, na boa?Eu tô é p da vida mesmo!
Desde criança julgam meu jeito de sorrir, de conversar, de ser, de respirar, de tudo. Não sou santa, se fosse estaria como enfeite em alguma igreja e também fazendo milagres diretamente do céu.Também não sou demônia. Tenho algo aqui dentro que me faz escancaradamente simples de entender: eu sou humana! E é como humana, como gente que sou que respiro fundo e peço a Deus com cuidado:"Senhor, me dá muita paciência, porque se o Senhor me der força...lasca tudo".Sei que essa postagem é totalmente diferente dos textos que sempre publico, mas, ou eu boto pra fora ou isso me consome.
Quero muito que o mundo entenda que sim, a gente sorri sem segundas intenções sim, que a gente é educado por pura educação sim, que de vez em quando somos manhosos é porque somos manhosos mesmo. De vez em quando, as coisas são simples sabe? De vez em quando tudo só é o que realmente parece. E olha que eu nem vou entrar no mérito dos julgamentos por risadas, jeito de vestir, músicas que ouve, pra não polemizar ainda mais.
Graças ao bom Deus, cada ser é único. O mundo bem que poderia aprender a respeitar a individualidade de cada um e aceitar, que a vida é como um quebra-cabeças, cada um tem seu lugar, seu espaço e papel e as vezes, é exatamente aquela peça estranha que fará com que o nosso "jogo" seja completo.
Como gente que sou, crua, imperfeita, curiosa, ousada as vezes até o ponto de arriscar pisar onde não há chão é que deixo aqui hoje meu grito: Vamos aceitar as diferenças! Vamos amar esse dom de ser único sem julgar quem de nós é diferente. O arco-íris só é tão belo e tão citado porque tem em si, sem julgamentos ou achismos, todas as cores que precisamos para fazer nascer outras que o tempo foi inventando.
Eu não sei bem que cor eu sou. Só sei que a minha cor não sabe ser discreta, não sabe ser calada, mudinha lá no cantinho...juro que as vezes eu queria, mas ela não sabe. Até quando ela é calada ela grita, se faz vista.
Como todos, eu também procuro meu lugar no mundo e torço todos os dias para encontrar formas de adaptar ainda mais essa minha cor muito 'colorida' aos lugares por onde passo, e todos os dias peço inconscientemente forças para não deixar de ser eu, porque eu vim ao mundo com um defeito seríssimo de fábrica: eu não sei não ser assim. Cor. Colorida mesmo.
Bem, obrigada por terem, por tabela, me ouvido, meus queridos leitores que dão sentido à existência desse blog.
Um beijo e até a próxima postagem, que prometo, será uma postagem "normal".

Camila Lourenço

Meu desassossego

"Me deixa hipnotizada pra acabar de vez com essa disritmia."
|Martinho da Vila|

Meu coração é vagabundo e tem mania de querer. Se acostumou ser ferido e curado pelas suas mãos e beijos. Vive agora em ataques quase epiléticos de abstinência que a sua falta provoca.
Antes ele fosse só sangue, só carne e nas suas mãos só ardesse. Mas, ele também é energia, vida e essência. E todas as suas partes, tanto as puras quanto as insanas revivem seu gosto todos os dias, porque, como já disse um dia se proibir de lembrar é a forma mais dolorida de não esquecer. Então, ele relembra, se embrulha, te envolve, entrelaça, doma e te tem suado, pele com pele, vários momentos nos pensamentos em forma de lembranças, e então, se aquieta.


"Disritmia - Zeca Baleiro"


Camila Lourenço

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tentando ao avesso


De vez em quando eu faço silêncio pra mim. Fico caladinha, com cara de desdém, como quem não quer nada. Minto, na minha omissão de palavras. Minto pra vida. Finjo não estar esperando mais nada, não acreditar mais em nenhuma fantasia. Finjo ser uma boêmia que com pouco ou nada se importa.
Torço, dia após dia, para que a vida me faça morder a língua e me dê, como castigo, tudo quanto eu finjo não acreditar que exista.

Camila Lourenço

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ousar viver


Cada uma das nossas decisões fez de nós o que somos hoje.
Não há espaço para lamentações e arrependimentos. As vezes é exatamente os nossos defeitos que fazem com que tenhamos uma marca autêntica nos papéis que a vida nos distribui.
Olhar com um ar compreensivo para nós mesmos é o que faz a grande diferença para que no amanhã possamos fazer escolhas que não machuquem tanto para ensinar.
Creio eu que pouca coisa na vida deve ser mais triste que conseguir ser definido por um adjetivo só. Quem com uma palavra só define toda sua vida e/ou características e já sabe como pode e vai agir e reagir diante de tudo, tem um dos castigos mais disfarçados que o mundo pode impor: O mal do previsível. A meu ver, poucos castigos são piores que não conseguir surpreender nem a si mesmo e acreditar mesmo que todas as vezes que o sol nasce, nasce igual.
É preciso mesmo uma dose de ousadia para fazer a vida valer a pena, e uma porção extra de coragem para arcar com as consequências disso.
Viver, eu já notei, é mesmo coisa para raros.

Camila Lourenço

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Transpirando


Escrevo pra você toda perfumada e teoricamente linda (ao menos me esforcei pra isso). Já, já saio pra ver o sol morrer e a lua nascer. Escrevo porque me deu vontade de escrever. Escrevo porque mentalmente já fiz esse texto várias vezes.
Você diz pra eu não me apaixonar. Na real você morre de medo de eu me apaixonar. Julga, eu estar muito mais vulnerável a isso que você. Eu sorrio. Rs. Tem como não sorrir de tal asnice? Mas, eu te olho firme, entre magoada, ofendida e querendo te mandar plantar coquinho, respondendo: "não tô apaixonada, eu sou assim."
A gente evita abraços que envolvem mais carinho que pele, e eu, apesar de amar o apelido pelo qual você me chama, nunca tive coragem de inventar, de fato, um para você.
Eu poderia dizer que você me faz mais viva, mas, estaria mentindo. Não sei se é vida o que tenho nos seus braços. Acho que não inventaram um nome que possa traduzir o que acontece. É alguma coisa que me faz ter o coração batendo rápido e também querendo parar.
Não há promessas mentirosas entre nós, e isso é uma das coisas que mais gosto. Nós nos encontramos pra ser isso: ser humano um com outro. As vezes aguento as suas nóias. As vezes engulo minhas manhas. As vezes fico totalmente dependente, as vezes, coloco um salto, dou os braços a alguma amiga e saio decidida a me fartar da vida pra nunca mais sentir dependência de ninguém (muito menos de você). Tem dias que sou forte e você pouco me faz cócegas. Tem dias que sou gente, e quero ficar além de cansada nos seus braços de tanto nos amarmos, desejo também ficar lá naquele abraço que sempre evitamos, só pra sentir seu coração no meu, até eu voltar ao normal.
Não reclamo de nada. Acho que tudo está na medida certa, e com o tempo, aprendo a secar meus barros e transformar-me em areia, que escorrega pelas mãos.
Não sei onde vai dar isso tudo. Se somos mesmo um vício um para o outro, talvez eu deva mesmo me tratar. Mas, ainda acho que nem todo vício é ruim. Eu, por exemplo, sou viciada em adrenalina, e não pretendo - nem vou - me internar por isso.
Com você eu descobri muita coisa de mim, coisas que eu não posso, nem vou evitar, só preciso encontrar um jeito de colocar tudo no lugar e encaixá-las na minha vida de uma forma permanente.
Nós nunca dissemos uma palavra de afeto um ao outro, mas, eu preciso te falar que as vezes eu te odeio. Odeio porque você é perfeitinho nas suas imperfeições, aos meus olhos. Te odeio por uma série de fatores, e ai, eu te gosto. Te gosto porque você é quente, turrão, amargo, doce e tem um gosto apurado quanto a muita coisa,ah, e também porque é chato, muuuuuuuito chato. Você apareceu em um momento que eu estava de bobeira. Eu aprendi pisar em ovos e você, aprendeu (está aprendendo, acho) que meninas não são tão domáveis assim.
As vezes, acho que você pensa que me tem nas mãos. Mais uma vez, sorrio. Já levei tanta porrada na cara que se você soubesse como me protejo, me evito, me abafo, também riria desse pensamento. Na realidade, as vezes, nós nos temos nas mãos. E nós mesmos nos damos impulso para voar.
Não vou te dizer as coisas que não preciso. É melhor mesmo você ficar na dúvida, até porque, eu mesma tenho várias dúvidas que se misturam com certezas. Normal. Afinal, na vida a única certeza que temos, é a morte.
Você veio como algum elemento químico e clareou as páginas do livro da minha história pra mim mesma, e eu quase consigo te amar pela pessoa - humana, errada, certa, sonhadora, pé no chão, afoita, calma, apaixonada, adulta, curiosa, centrada, impulsiva, reativa, pró-ativa - que me descubro através de cada vez que me perco em você.
Hoje te escrevi só pra te deixar um beijo, daqueles que a gente sempre se perde, esquecendo que era pra durar só um minuto. Te deixar um beijo e agradecer: a vida ganhou um sabor diferente a partir de você.


Camila Lourenço

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Comanda nova


Vamos perdoar nossas contas. Perdoar o montante de amores evitados, afogados em goles de cevada.Amizades espaçadas, apertadas entre distâncias e tempo. Guardar algumas ilusões, por que sim, até mesmo os frios precisam sonhar.
Vamos tirar a roupa bonita do armário e usá-la na tal ocasião importante: agora.
Ajeitemos nossas roupas, cabelo, sorrisos. Como diz um certo ditado por ai, a vida não é muitas vezes a festa que esperávamos, mas há um tanto bom de motivos pra sorrir.
Eu zerei minha conta. Peguei uma comanda nova. Não há mais palavras entaladas na garganta. Cuspi-as todas na última gargalhada que dei.
A festa já começou. Dê-me as mãos e caminhemos para a pista. Está na hora da alegria comandar.


"I gotta felling - The Black Eyed Peas"


Camila Lourenço

terça-feira, 19 de abril de 2011

De mim e do meu caminho

"Que, com o passar do tempo, a sua alma se torne cada vez mais maleável, mas que seja firme o bastante para nunca desistir de você."
|Ana Jácomo|

Coisa difícil essa de não desistir da gente. É desistência que acontece aos poucos, pianinho e sem alarde. São palavras que aprendemos engolir, coisas que por medo, deixamos de viver.
Travo uma batalha invisível comigo todos os dias, que une o que sou, o que quero ser, o que tenho e o que almejo ter, o que sinto, o que posso dizer e o que devo abafar. E entre as cinzas dessa guerra com minha pior inimiga e melhor aliada(eu mesma) levanto assoprando a poeira, com alguns arranhões, segurando firme as mãos entre os seios, olhando para estrada.
O caminho ainda é longo para prosseguir e não é hora de parar. Não agora. Não aqui.
Sigo. Meu bálsamo já está esperando por mim no caminho que já comecei trilhar.



"Eu vou seguir - Marina Elali"

Camila Lourenço

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vingue-se



Dê como troco às intempéries da vida o seu melhor sorriso.
Não há vingança mais irritante que essa: ser feliz.


Camila Lourenço

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Das voltas que o mundo dá

"O dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato."
|Caio F. Abreu |

A mim sempre pareceu estranhamente engraçado saber o mundo girando vinte e quatro horas por dia enquanto meus pés continuam firmes caminhando pelo chão.
Dia virando noite, sol virando lua, tudo quase num lance de piscar de olhos.
A vida se encarrega de fazer as pessoas mudarem de lugar e se alternarem entre caça e caçador.
Quando tudo aperta, penso na Maria(do BBB) e me lembro exatamente do que não devo fazer.
Estou nas mãos do tempo. Já não sofro mais por isso. Ele se encarrega de girar... e mudar.


Camila Lourenço

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Meu anjo sem auréola


Não há dureza em mim que resista ao doce toque das suas mãos.
Estou vestida com a roupa mais autêntica de mim, aquela de peito aberto, destemida, pé no chão e coração no céu. Me vesti dela só pra te dizer baixinho, no seu ouvido: "Eu gosto tanto de você que tenho que todos os dias me lembrar de me lembrar de mim."


"Apenas mais uma de amor - Lulu Santos"


Camila Lourenço

Sem pressa

"Eu chego a ter pena de quem duvida que eu também sei jogar."

Como diria Chico:"Não se afobe não que nada é pra já". É devagarinho, que dia após dia conquistamos o nosso lugar.

Camila Lourenço

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Habituando


Sentimento não dito é sensação engolida, digerida.
É irresponsabilidade responsável consigo.
É erupção abafada, guardada, perigosamente borbulhando em segredo.
É ânsia que não é amiga, mas que encontrou no peito algum lugar.
É morte lenta, lenha queimando em pequenas faíscas. É saudade que aprendeu ficar e calar.
É anti-herói aprendendo se curar.


Camila Lourenço


"Jar of Hearts - Christina Perri (Sam Tsui Cover)

P.S: Não poderia deixar de agradecer ao Sandrio que ontem endereçou a mim em seu blog um dos textos mais reflexivos que já recebi. Obrigada Sandrio, a leveza da sua alma me faz crer ainda mais no ser humano. Um beijo nesse coração grande e um xêro no cangote de vocês, leitores, que sempre passam por aqui.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Salvação e perdição

"Um dia ainda aprendo te querer sem tanto bem querer."

Deveria haver fórmulas para dar as mãos sem unir as almas. Conhecer segredos sem se identificar com os defeitos. Tocar só os lábios e deixar fora - e bem longe - o coração. Mas, não há. E essa é nossa benção, e maldição.


"Gatinha manhosa - Léo Jaime"

Camila Lourenço

(Re) Lembre


Proibir-se de lembrar é a maneira mais dolorida de não esquecer.


Camila Lourenço

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Recomeçar

"O sol continua brilhando lá fora. Saia pra ver."

Não é tão estranhamente bom poder simplesmente recomeçar quando tudo vai mal?
É como ter uma pintura feia, borrada de várias cores e milagrosamente conseguir ver naquele emaranhado todo de riscos coloridos algo de bom e a partir dele, partir.
Acreditar nisso é uma questão que envolve muito de fé. É ver estrada onde não há caminho. É ser como criança e crer que sim: "tudo pode ser".
Lembrar que cada dia é único é uma forma prática de se permitir de fato viver o novo, ainda que em cenas repetidas.
Deixemos de travar guerras que não podem ser vencidas. Pra quê querer vencer inimigos de meses se meses são feitos de dias, e dias de horas?
Façamos o mais difícil e vivamos um minuto de cada vez. São as pequenas coisas que formam as grandes.
Enchamo-nos das pequenas vitórias diárias. Respirar fundo agora e agradecer é uma delas. Façamo-na.


"One of us - Versão Glee"

Camila Lourenço

sábado, 9 de abril de 2011

O mesmo rumo

"Ilumine-se. Profano é julgar.
Dispa-se dos dogmas."
|Flávia Queiroz|

Já sentamos no banco dos réus, do juíz, do juri.
Já olhamos nos olhos, aceitamos, ignoramos, absolvemos, condenamos.
Julgamos nossos reflexos em carne alheia. Enforcamos sonhos com as mãos profanas do descrédito. Engolimos amores, mastigando-os com a saliva do desdém. Matamos conquistas afogando tentativas.
Nem Deus, nem demônio. Somos humanos!
Nos abracemos... No fim de tudo, entre acertos e erros, todos diferentes-iguais procuram o mesmo cais: a felicidade.


"Manobrista de homens - Violins"

Camila Lourenço

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Me lembrando de mim

"Solidão é a solidão de nós.
(Vou) me lembrar de criar asas."
|O Teatro Mágico|

Eu estava disposta. Disposta mesmo, a muita coisa.
Disposta a ser propriedade sem ser proprietária. Disposta a transformar minhas horas em minutos, se fosse para estar ao lado dele. Disposta a fechar todas as possíveis portas de oportunidades que se abriam para mim todos os dias para entrar somente pela porta dele.
Ele era gente como eu, e era sua imperfeição que me fazia sentir aquela coisa muito parecida com amor.
Mas, entre minhas disposições as vezes quase cegas, eu vi uma mão puxar um freio. A mão do comodismo do não envolvimento, o freio do chão da realidade.
Calei pra fora. Conversei pra dentro. Pensei em mim.
Voltei andar, pra frente, ao meu encontro.

Camila Lourenço

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Abrindo uma exceção

Olá trupe,
Não costumo fazer esse tipo de postagem, mas essa semana eu recebi uma surpresa tão fofa do pessoal de transmídia da Globo que eu realmente, tenho que compartilhar.
Geralmente no horário da novela, estou na aula, mas, acho sinceramente que essa terá um toque de encatamento e sonho, coisa tão comum aqui por esse meu-nosso espaço.
Ai vai a supresinha que mandaram pra mim.
Amanhã o blog volta com as postagens normais. Beijo!



Camila Lourenço

Falando com Ele



Deus,

Que eu consiga continuar andando mesmo tendo os pés em chagas.
Que eu consiga ver mesmo tendo, as vezes, os olhos turvos pelas lágrimas.
Que eu consiga orar novamente a Ti mesmo não tendo tido todas as preces atendidas. E que Você me desculpe pelas vezes que sorri e não te agradeci.
Que eu me saiba acompanhada, mesmo que essa companhia seja somente a certeza que ao menos você está comigo em todo o tempo.
Que eu tenha força nas juntas das pernas para avançar quando elas insistirem em permanecer no caminho errado.
Que eu não perca a doçura mesmo tendo que ser adulta (com todas as condições que isso me impõe).
E que eu encontre um novo motivo para acreditar a cada vez que o sol nascer.
Hoje eu não estou sabendo pedir com simbolismos. Fui acometida por sinceridades e, por hoje, quero continuar assim, mesmo que isso mostre que a pele que cobre meu corpo é na realidade a crosta do meu coração.
E que, por fim, as lágrimas que facilmente dos meus olhos brotam em alguns momentos, possam virar alguma frase que faça alguém, em algum dia, sorrir com fé.
Eu preciso de Você mais do que eu imaginava, então, te peço algo de todo meu coração: Me deixa sentar no seu colo de novo e ficar por ai. Ilumina meus olhos para que eu saiba por onde caminhar e guarda com Você meu coração...ele está teimoso e não anda obedecendo minhas regras. Cuida dele. De mim.

Amém.


"Eu quero ir - Lucas Souza"

Camila Lourenço

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Bandeira branca



Caro Cupido,
Eu poderia lhe escrever uma carta enorme com todas as cláusulas que você vive violando e automaticamente, se condenando. Poderia também te xingar por todas as noites mal dormidas que você já me fez passar. Poderia dar um jeito de descobrir seu paradeiro e simplesmente ir ai e te espancar. Mas, ao contrário disso, trago-lhe aqui uma flor, um bombom, um sorriso, um abraço e um pedido: Vamos ser amigos?

Camila Lourenço

terça-feira, 5 de abril de 2011

Adorado inimigo


'Desatar os nós que enlaçam atos e motivos. Fazer as coisas por impulso. Por que? Porque às vezes é bom a gente mostrar pra si mesmo quem é que manda aqui."|Martha Medeiros|


O mesmo impulso que as vezes te revela e te coloca vulnerável é o mesmo que entre supapos, porradas e beijos conquista seu espaço e te leva exatamente para dentro do peito daqueles que te percebem.
Porque se ser apático fosse algo "apaixonável" todo mundo compraria uma samambaia para namorar.
Graças a Deus que a gente ainda sabe ser gente. De sangue esquentado, de risada fácil (ou não) e com um coração pulsando forte no peito, nos lembrando a cada batida que a gente está é vivo mesmo.


Camila Lourenço

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pedido de hoje


De todas as minhas sedes, nenhuma deixa minha boca tão seca quanto a sede dos seus lábios.
E minha boca - e meu corpo - que já estão áridos, precisam urgentemente serem hidratados.
Sem falso pudor, sem meias verdades: Mata minha necessidade!?!

Camila Lourenço

Religando o "dane-se"

"Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!..." |Nando Reis|

Hoje eu não quero papo sério nem conversas dramáticas. Ou talvez queira, eu não sei. Hoje eu só não quero falar sem dizer. Quero sentar numa mesa de bar, de um restaurante, ou do trabalho talvez e conversar sem me preocupar se estão julgando o volume da minha risada. E levantar os ombros sem noiar sobre o que irão achar. E falar: "Ó, eu pensei um tanto bem grande em você" para aquele que vira e mexe tira meu sono e "falsidade vem antes do seu nome ou você assina como sobrenome mesmo?" pra outros(as).
Hoje quero o que me faz mal longe - e todos os outros dias também.
Quero ser sol sem ter que me esconder atrás de nuvens porque algum raio meu ardeu nos olhos de alguém. Quer ser livre, quero ser gente.
Eu descobri que vi amizade onde não existia, e que dei importância onde eu deveria dar desdém. Mas, hoje, e todos os dias que vierem, só quero ignorar isso. Quero lembrar dos meus erros somente no momento de agir novamente, para ter o cuidado de não fazer igual.
Eu sou crua e essa é a minha vantagem. Pois não há nenhum assado ou molho que não tenha sido o vermelho do cru um dia. E eu posso ser muita coisa. E aos que duvidam disso... ah, meus amores, puxem a cadeira pois o show está prestes a começar.
Hoje eu quero ser gente, e aos zumbis azulados que a mim também quiseram levar, deixo o recado: a porta é serventia da casa e é por ela que vou me retirar.
Hoje quero ser livre pra ser gente, e é isso que vou ser. E é desse mal que eu quero morrer de viver.


"It's my life - Bon Jovi"
Camila Lourenço

sábado, 2 de abril de 2011

A lição que nunca aprendemos

"Como faço pra tirar essa cara de boba alegre que fico depois que a gente se abraça?"


A gente aprende a falar nas entrelinhas quando não pode pegar a caneta e escrever nas linhas. Aprende calar quando quer gritar, porque descobre sobre conveniência. Aprende sorrir pra quem não nos tem apreço, porque nos ensinaram sobre política de boa vizinhança. Aprende dar abraço quando queriamos dar beijos, porque nos contaram sobre ser comedido. Aprende a sorrir com os olhos quando queríamos abraçar com a alma. Aprende construir muros quando a paixão atravessa o peito e quer sair pela porta. Aprende um monte de coisas. Só não aprende como deixar a porta das borboletas do estômago fechada quando alguém nos pega pelos braços e nos leva ao céu antes mesmo de tocar nossos lábios.
A gente doma quase tudo, quase todos, menos esse traiçoeiro músculo chamado coração.


Camila Lourenço

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Lembrando do que não devo esquecer


As vezes a gente tem que só mudar o rumo mesmo. Tirar os pés das correntes que por conta própria colocamos e olharmos pra quem nunca deveríamos ter esquecido: nós mesmos.
Alguns chamam isso de individualismo. Na minha língua, ele atende por amor-próprio.



Camila Lourenço