segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Oração ao tempo


Você que sara, que leva, angustia e acalma, trabalhe a nosso favor.
Coloca massa onde ficou buraco. Coloca bálsamo nos arranhões que doem, joga água nos olhos e retire a areia. Cole na mente o levantar de cada tombo.
Traz a tona aos olhos o brilho do céu de cada manhã. Leva em suas águas o egoismo da não lembrança do resto do mundo. Desse mundo grande, vasto, e ainda que injusto, lindo.
Evidencie o cheiro da vida, do doce, fétido, salgado, amargo, sublime. Cheiro de vida.
Coloca de novo nos olhos os olhos dos que nos embalaram pra dormir. Relembra-nos de seu valor.
Leve em suas águas todo desamor.
Leve com seu vento tudo que não faz bem. Balance a árvore da vida. Renove. Fortifique.
Traga em suas correntezas o aprendizado.
Aflora ainda mais aquela preciosidade eterna que carinhosamente chamamos de amizade.
Gruda em nós a essência. A nossa essência. Ajuda-nos a não nos perdermos de nós mesmos.
Trabalhe a nosso favor, tempo, e faça seu melhor. Lembrando-nos que é das cinzas que a Fênix se reergue, e que é perdendo bico e penas que a águia se renova.
Trabalhe... tempo. Trabalhe... e faça o que você pode fazer de melhor: a vida ser melhor.



"Oração ao tempo - Caetano Veloso"

Camila Lourenço


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Salve uma vida





(Trilha sonora pra sua leitura.)

Joana era uma menina alegre. Viva. Feliz. No alto dos seus 10 anos já colocava muito adulto no bolso.Precoce como ela só, tinha devorado praticamente todos os livros da literatura brasileira. Seu pai, apaixonado pela doçura da vida como era, logo cedo aplicou a garotinha em Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Chico. Mas Joana não era daquelas crianças chata meio-adulto-metido-a-sabichão. Jona era leve. Tinha uma gana pela vida, uma vontade pela vida que contagiava. Sua risada e cheia e gostosa. Tinha mania de atris cômica e encenava pros avós depois dos almoços aos domingos, pra tirar da avó, que sofria Parkinson um pouco mais de sorriso. E conseguia. Sempre conseguia. carinhosa, elétrica, ousada... Joana.
Naquela sexta-feira Joana estava mais eufórica que todos os outros dias. Era o concurso de redação da escola e seu coraçãozinho de criança trazia consigo a esperança da vitória. Estava na calçada esperando o sinal abrir para passar, quando um carro desgovernado, sabe-se lá porque, acertou e cheio a garota e lançou-a metros de distância. Os trausentes da rua socorreram a garota, os pais foram contactados. Joana estava gravemente ferida. Na queda, sofrera traumatismo craniano e fraturara as duas pernas, e além de tudo isso, tinha perdido muito sangue e agora precisava urgentemente de transfusão. Seu sangue, AB negativo, só era compatível com o de seu avô, e o mesmo, não podia doar devido a hepatite que havia dado na juventude.
Desesperados os pais de Joana viam suas esperanças de ter sua pequena viva em seus braços diminuírem a cada minuto. Uma campanha foi feita as pressas, passada de boca a boca e 4hrs depois, um doador compatível apareceu.
Joana ainda está em coma, mas já respira sem ajuda de aparelhos. Os médicos garantem que ela voltará a ser a menina normal de sempre. Karina e Everton se revezam ao pé da cama velando pela filha, mas nos lábios de ambos, em suas orações, jamais faltam o agradecimento à Deus ao jovem que permitiu que Joana renascesse através de seu sangue.

A história acima é fictícia, mas como a personagem do texto, várias pessoas já foram salvas porque gente como a gente se dispôs a ficar alguns muitos doando um pouco de si ao próximo. Outras tantas também, já morreram por falta disso.
Amanhã, 25 de novembro, é o dia nacional do doador de sangue e tô aqui pra te convidar pra também trazer vida pra vida de alguém. Compareça ao Hemocentro, entre 8 as 18h e faça parte dessa turma de doadores de sangue. E se você quiser fazer o serviço ainda mais completo, se cadastre para ser um doador de medula também.
Salvar uma vida pode ser fácil e depende de você.

End: Hemocentro de Goiás – Av. Anhanguera, 5.191, St. Coimbra, Goiânia-GO





Camila Lourenço na operação #BlogSalvaVidas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amizade é outra coisa

Amizade não é aquilo que te busca onde quer e quando quer. O nome disso é táxi.#Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que te expõe ao ridículo quando bem entende, o nome disso é apresentador de stand-up. #Amizadeéoutracoisa.
Amizade não é aquilo que banca suas baladas. O nome disso é banco. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você precisa dar constantes provas de amor. O nome disso é casamento. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo onde você só sabe dizer concordo. O nome disso é puxa-saquismo. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você termina por qualquer briguinha. O nome disso é peguete. #Amizadeéoutracoisa.
Amizade não é aquilo que você deixa na mão quando conveniente. O nome disso é fédaputagem. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você concorre o tempo inteiro p/ver quem é + bonito, + foda ou + popular. O nome disso é Fashion Week. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você precisa dormir com um olho aberto e outro fechado quando o assunto é homem/mulher. O nome disso é puteiro. #Amizadeéoutracoisa

Amigo é aquele com quem você pode contar apesar de todos os"apesar de". O único relacionamento do mundo, que se verdadeiro, é pra sempre.
Amizade não é o que a gente anda acreditando por ai. O nome disso é coleguismo, fase, oportunismo, ou só oportunidade. Amizade é outra coisa e quando for, você saberá.



Até Quando - Gabriel O Pensador

Camila Lourenço

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tomei chá de mentrasto e vomitei aqui


Minha mãe sempre me dava chá de mentrasto quando criança. Por qualquer coisinha ela surgia com o copo na mão e meu pesadelo dentro. Se eu misturasse "leite com manga" lá vinha ela com o tal chá de mentrasto salgado pra caráleo pra eu beber (sério). E nisso eu vivia botando os bofe pra fora, numa sucessão e vômitos pra mim, desnecessários, mas que ela julgava correto. Resultado:Cresci odiando cada dia mais essa ideia de botar pra fora qualquer coisa que eu ingerisse, mesmo se estivesse me fazendo mal. Uma vez intoxiquei com remédio de um tratamento de dente, fui parar no hospital e nem com dedo na garganta a coisa saiu. Precisou remédio na veia pra me incitá o vômito. Mas, isso tudo seria normal pra mim, daria pra sobreviver, se eu não tivesse trago isso pra vida real, pra vida além do estômago. A gente engole cada bucha, né? Eu sei de mim, e falo que já engoli muita coisa que me fez mal e simplesmente não consegui ''vomitar''. Mas, creio eu, o problema não é nem botar pra fora, e sim, aprender a não engolir. Rejeitar, simples assim. Bem, ao menos era pra ser simples.
Cara, pra mim o mundo tá de ponta cabeça. A gente já não respeita nada, e isso falo me incluindo no bolo. É amizade virando jogo de interesse, é uma falta de respeito com sentimento daqui, dali. Como se todos tivéssemos nos tornado uns secos, frios e calculistas, que não sentem, não se importam, não se magoam, não choram, não nada. Desculpa o palavriado, mas o caráleo com isso de ter que se apresentar sempre feliz, de nunca poder curtir fossa em paz, que você tem que ser forte sempre, que você não pode isso, não pode aquilo outro. que o que você aparenta vale mais do que o que você é. Que um monte de babaca bate palmas pra umas coisas que.. vâmo combiná. Tudo poser. Tudo coisa vomitável. Que a gente devia estar vomitando há tempos. Ah cara, acredito em Papai Noel mas não acredito em gente que tá sempre por cima da carne seca. Gente o tempo inteiro feliz é tão irritante quanto gente o tempo inteiro triste.
Como é que é, Brasil? A moda agora é viver num mundo de máscaras? É se pintar.... fingir que é a moda?Se for, obrigada. Máscaras não me caem bem.
Eu sou por vezes uma tapada. Demoro pra pegar algumas coisas, tenho a mania imbecil de gostar de quem me dá porrada na vida e nem é por apreço, muito menos porque sou mulher de malandro, que gosta de apanhar, muito menos me apego a qualquer espancamento. Não consigo abraçar com a alma aquilo que não altera em nada minha vida. Não consigo ouvir só os que me aplaudem. Na real, são os que menos ouço, embora ame aplauso tanto quanto qualquer pessoa. Mas são os que tocam o dedo na ferida, que vão lá e batem na minha cara e falam "acorda", ou "Oi?O que você tá fazendo/falando? Sua louca!" Tenho plena consciência que isso pode ser tão maléfico quanto benéfico. Graças a isso passo horas pensando o que tenho que mudar, o que é real ou não. Tenho pra mim que crítica é algo que deve ser levado a sério, independente se venha de algum inimigo. Crítica eu não vomito. Crítica eu remoo feito vaca, até digerir cada razão ou loucura e fazer desse alimento amargo algo proveitoso. Crítica é aquele lance estranho que se você presta bem atenção, descobre o caminho das pedras. Das suas pedras.
Voltei tomar o chá de mentrasto da minha mãe. Tomei tanto que vomitei esse texto aqui. Andei comendo muita merda ultimamente e tava na hora de botar pra fora.
Tomei tanto que fiquei leve e lisa por dentro e com um gosto amargo na boca. Na sucessão de vômitos que me sucedeu notei que bem mereci muitas das cólicas estomacais pelas quais passei ultimamente. Mas notei também que muita coisa que eu consideraria ruim já tinha se tornado proteina em meu corpo e graças a elas, pude me sentir um pouco mais forte.
Agora, de estômago limpo, peguei aqui foi a minha plaquinha esquecida chamada "não", pra enfiar na cara de tucontécoisa, ou tucontépessoa que vier me fazer engolir o que não me faz bem.
Eu até pediria um mundo menos falso, gente mais transparente, mais sinceridade, mas Papai Noel parou de responder minhas cartas faz tempo. Sendo assim, eu torço mesmo é que a comamos menos merda. Porque como diz a minha mãe, vomitar faz um bem danado, mas escolher melhor o que se come, consegue ser ainda melhor.
Um beijo e um dose de chá de mentrasto pra vocês.


Back In Black - AC/DC

Camila Lourenço

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Hoje, VIVA

"Quer alguém em quem confiar? Confie em você mesmo."
|Renato Russo|

Bastará uma olhada mais sincera pro céu pra ver como tudo que há é maior que qualquer coisa parecida com problema.
É uma grandeza tão infinita que jamais caberá num olhar, e diante dela, todo o resto, é resto.
Caiu e se machucou? Levanta que com o tempo sara.
A porta fechou e a solidão te atacou? Respira fundo e segura a onda. A maré vai tornar baixar.
O trabalho deu errado, o patrão encheu o saco e todos os projetos desandaram? Reavalie-se. Aprenda. Melhore. Continue.
O amor não frutificou, as coisas não aconteceram, alguém não apareceu? Dê um tempo no mimimi. Que coisa mais feia essa de jogar esse peso todo da sua felicidade nos ombros de alguém.
A saúde brecou, a doença apareceu e o desespero bateu? Força. Fé. A vida segue seu curso, mas você pode fazer de hoje um dia bom, independente do que há.
Respira fundo hoje. Respira fundo agora. Olhe para esse céu lindo de meu Deus. Olhe pra esse emprego que mesmo que você odeie, é de onde tira seu sustento. Olhe pra você, que mesmo cheio de defeitos é tão querido(a) e admirado(a) por tantos e relembre: A VIDA É MAIOR!
Permita-se envolver-se com a grandeza do mundo e hoje, só por hoje, somente agradeça.
Tá tudo ferrado, errado? Vai por mim:PASSA!
O tempo continua sendo a melhor resposta pra tudo.
Resigne-se ao tic tac da vida, que redonda que é, nunca falha em suas voltas, e hoje, e amanhã, e amanhã, se permita viver.


Don't Worry Be Happy- Bobby McFerrin

Camila Lourenço

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Aprender pelo que não foi. A melhor solução

"Só os mortos ou os tolos nunca mudam de opinião."
|Desconheço o autor|

Fiz o melhor que poderia por tudo que não foi: Revi meus conceitos.
Pra cada gosto musical criticado, ouvi uma nova banda. Pra cada livro considerado medíocre já lido, outros, de autores novos, foram adquiridos. Pra cada pensamento "pequeno" em mim destacado, a procura de "como deveria ser" foi aguçada.
O resultado disso tudo não veio num cavalo a galope, muito menos num carro importado. Vem em cada amanhecer que presencio com um olhar diferente. Vem no incomodo pelo desejo da mudança. Vem no quase angustiante desejo de acertar.
Não permitir que tenha sido em vão cada bofetão foi a melhor forma que encontrei para agradecer àqueles que mesmo em meio tabefes, nos fazem crescer.
Se permitir mudar de opinião não é ser maria-vai-com-as-outras, é não se condicionar a ficar parado na vida e no tempo eterno da estupidez.

Nem tudo mudou, mas, nada mais também é como era.
Um Katrina passou por mim.


Hurt - Johnny Cash

Camila Lourenço

Aguenta um pouquinho


Eu me agarro ao silêncio porque falar seria por demasia pesado. Não pra mim, com quem travo diálogos longos e exaustivos, mas para os ouvidos alheios.
Tem dores, perdas e cargas ruins que a gente afoga é com o silêncio mesmo. Se for pra repassar algo, que seja bom, e doce. Do contrário, nada mais justo que o silêncio.

Pera um tikim.
A tomada do meu "foda-se" tá meio emperrada.
Mas já resolvo isso e tudo volta ficar bem.

Camila Lourenço

sábado, 12 de novembro de 2011

Aborto de mim


O que eu queria era aparar aquele sangue que escorria entre as minhas pernas e fazer aquela minha versão feto voltar de onde havia saído, mas não conseguia. Atônita e num misto de desespero e surpresa, vi aquele líquido vermelho molhar toda a minha roupa e levar consigo todo o resto que havia de mim em mim. Não houve olhos pro céu em prece. Não havia mais pelo que pedir. Não houve revolta, nem raiva duradoura. Só o lamento. Em um flash que deve ter durado alguns segundos revivi mentalmente todo aquele processo de preparação. Os hábitos adquiridos, as músicas aprendidas, a comida e a falta de comida na medida certa, ou quase certa, não sei. O mundo e aquela cor desconhecida. O céu do novo. O inferno do enjoo. Era tudo isso que morria ali, naquele sangue escorrendo em mim. E de todos os abortos de mim mesma, aquele era o mais ridículo e estranho, e ainda assim, quem sabe, talvez, o mais doloroso.
Eu lá sabia o que viria ser aquele feto. Não sabia. Poderia ser pássaro que ama verão longínquo. Poderia ser árvore que fixa raízes. Não sabia mesmo o que crescia em mim de mim. Só sabia que queria que continuasse crescendo ali, me crescendo, ainda que para manter-me viva eu precisasse de uma dieta forçada e reforçada. Por mais que os efeitos colaterais fossem queimação e insonia. Cólica, pontadas, calafrios, medo e toda sorte de coisas ruins. Eu queria aquele feto de mim, da vida, em mim.
Enquanto observava as gotas de sangue escorrer, esse turbilhão de pensamentos passou pela minha mente, e dessa vez não me esforcei pra ver o tal lado bom, que sabia eu, não existia. Me permiti me perder através de cada gota que descia, me permiti morrer através daquele sangue que secava em minhas pernas. Talvez se eu não houvesse pulado. Talvez se eu não tivesse dançado. Talvez isso, talvez aquilo outro. Uma chuva de talvez caiu sobre minha cabeça e não corri para não me molhar,
Sem final triste ou feliz. Só um aborto de mim.
Foi nesse dia que a esperança morreu e que entendi que não é preciso que seja grande uma pedra para nos fazer cair.

The Blowers Daughter - Scala & Kolacny Brothers

Camila Lourenço

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Você me engole

Aquele negócio chamado vida? Tô aprendendo, rapaz. Tô aprendendo.

Você me engole. Me engole quando me olha, quando me fala, quando me toca, quando me vê. Sei que você me engole porque quando isso acontece, só vejo você. Olho pro lado e você está lá, zombando da graça desprovida de inteligência da vida. Respiro fundo e seu cheiro meio agre, meio doce, meio OGRO-doce impregna meus pulmões. Mastigo e ouço o som crocante de você entrando nos meus dentes, machucando minha gengiva, me fazendo sangrar e ainda assim, sendo irritantemente indispensável. Você me engole, eu sei. Quando aperta meu corpo me fazendo sumir no seu, fazendo dos meus fios de cabelo seus anéis. Você me engole, me absorve, me (re)tem. E quando habito seu corpo nesse cárcere-privado-aberto, meu mundo adquire uma redoma estranha, desconhecida e viscosa, que quanto mais tento sair, mais atolada fico, e por mais rico em liberdade que seja, mais me mantém refém. Refém por vontade. Ai me entrego, pego um livro e me descanso em você. Me encosto nas paredes do seu interior e fico esperando a vida, sei lá como, nos parir.
Só quando você, guloso que é, começa engolir tudo quanto é porcaria que aparece em sua frente, que as paredes de você em mim começam ficar mais transparentes e de repente, o mundo lá fora parece mais atrativo que esse lar desconhecido e interessante que você me dá sempre que me engole. E na espera do nosso parto, nos aborto e vou pra outra degustação qualquer da vida, um pouquinho mais confiável que seja, ciente porém que bastará você aparecer de novo pra me engolir e esfregar na minha cara que mesmo odiosamente estranho, não há lugar melhor do mundo para estar que dentro dessas suas retinas lindas quando você está a me engolir.
Você me engole e eu sempre me salvo, mas o que eu quero mesmo é ser engolida e não mais sair até a vida resolver nos parir.


I Won't Let You Go - James Morrison

Camila Lourenço

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Smile


E na formação do meu corpo Deus colocou várias doses extras de endorfina, então, não adianta bater, vida. Não adianta. Porque vou fazer de cada surra que você me der um bom motivo pra sorrir. Afinal, dizem por aí que tapas de amor não doem, e no fundo, confessa, você me ama que eu sei.

O tempo passa depressa demais pra não nos permitirmos sorrir.


The Beach Boys - Wouldn't it be nice

Camila Lourenço

sábado, 5 de novembro de 2011

Vem quente que tô fervendo

‎"Recuar? Só se for para pegar impulso."
|Desconheço o autor|

Acontece que meus pés já andaram em terrenos piores, e meus olhos já presenciaram cenários mais causticantes, e agora pouco se demoram naquilo que não merece atenção e encanto.
Das trilhas sonoras da vida, deixei de ser só ouvinte e passei decidir quanto tempo cada música irá tocar e quando será a hora de a substituir.
Na vida, só possui lugar fixo e insubstituível família e aqueles poucos e raros amigos do peito. O resto, sorry, é resto e com resto nos demoramos somente quando vale a pena.


"Pode vir quente que eu tô fervendo - Raul Seixas"

Camila Lourenço

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Da ilógica

*E matar minha esperança foi o meio mais eficaz que encontrei
pra continuar acreditando.

Nunca entenderei essa lógica da vida, onde todos os braços querem se encontrar e permanecem, no entanto, cruzados.


Dançando- Agridoce

Camila Lourenço
*Frase inspirada nesse texto aqui.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por nós, eu rezo


Amanheço e anoiteço com a reza nos lábios pra não secar por dentro e não te matar em mim.
É que meu peito, já cansado, fez dos resquícios de algum sonho bom o seu corpo. Você respira debilitado a custa de aparelhos, e eu já quase não sei mais o que fazer para manter firme esse batimento cardíaco e não deixar morrer o que sequer chegou nascer.
A verdade é que a cada batimento cardíaco fraco nesse corpo debilitado no qual te construi, morre também um pouquinho de mim. Por isso rezo. Rezo pra seus pés encontrem enfim o rumo certo do nosso destino e nos salvemos da apatia sem fim quanto a vida, amor, esperança e fé.
Oro por você, porque sei que em algum canto do mundo, seus olhos também esperam por mim.


Love Is Here - Sonohra

Camila Lourenço