sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

Que seja doce, agridoce, salgada, amarga. Que seja VIDA!
Vem com tudo 2012!

E chegou a hora de dar adeus a 2011. ACABOU!!Tô quase segurando na mão do Roberto Carlos pra cantar "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi." E vivi, viu? Vivemos, né?
Um obrigada enorme a todos vocês que acompanharam o blog. Me emprestaram os olhos e o peito, e eu coloquei aqui e acolá um pouquinho da doçura (e tristeza) que a vida oferece, porque viver é bem isso mesmo: uma montanha russa de sentimentos e sensações.
E nada mais justo que um top 12 para o ano que se finda.


















E que venha 2012. Que a fé se multiplique, a atitude viralize e que o ano surpreenda!
Que em 2012, acertando, ou errando, fazendo as duas coisas, sei lá... que a gente VIVA  e CELEBRE os pequenos presentes diários.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Amar é difícil porque é fácil


Amar é simples. Sei pela dificuldade que todos encontram em exercer tal verbo. Porque é o simples que complica as nossas pernas. Porque é a dificuldade que faz brilhar nossos olhos, ainda que inconscientemente.
Amar é difícil porque a princípio, é fácil como respirar.  Basta encher os pulmões. É simples como adorar os sorrisos com covinhas, ou achar bonito o brilho dos olhos. Amar é simples, e é esse o nosso martírio.
É incrível como caras “certos” se transformam em errados, quando passam ser nossos objetos de desejo. Como pessoas que tem muito em comum e procuram a mesma porta, não conseguem unir  as mãos.
Seria cômico se não fosse triste, a dessincronia da humanidade. Da nossa dessincronia. Onde todos se procuram e nunca se acham.
Não é a má gramática da vida que nos impede de conjugar o verbo amor. É a nossa versão analfabeta e medrosa, criada pra ser individualista, louca para dividir um sonho na padaria, e medrosa o suficiente para correr quando atravessam a fronteira. Digo por mim, que de todas minhas reinvenções, ainda não encontrei uma que conseguisse não partir quando o que queria era ficar.
É a sede destemperada, o medo fantasmagórico da perda, dos sentimentos em desalinho se agigantando que nos faz assim: vencedores de causas onde perder seria a maior vitória.
Amar é fácil. Como é fácil rir das piadas daquele cômico da internet. Como se emocionar com os textos lindos da colega do trabalho. Amar é fácil como derreter sorvete no céu da boca. E é exatamente por isso que a gente não ama. Vivemos pela busca da vitória, onde perder o bem querido significa o querer vê-lo pedir arrego somente parar lhe oferecermos um sonoro e gigantesco não. Porque ser quem dá o pé e não quem leva o chute na bunda, é apetitoso demais, e amparados pelo medo de sofrer, todos querem ser os primeiros a mostrar ao outro a porta da rua, serventia da casa.
Amar é simples como gostar da comida de mãe. Como aceitar colo de avô. Como não rejeitar pudim da avó. Amar é fácil e de tão fácil, torna-se difícil.
Por que nos contaram muitas histórias de super heróis e de fadas encantadas na infância. Porque não serve a bola que está ao alcance das mãos. Tem que ser aquela, pequena, azul,  descolorida, que sabe-se lá porque ficou em nossas mãos somente durante alguns minutos e que mal lembraremos dos detalhes quando a tivermos nas mãos e depois de cansados, resolvermos a esvaziar. Porque todo mundo precisa de um drama pra ater-se a vida. Porque a dor, o medo da perda e da rejeição, ainda provoca mais borboletas no estômago que um abraço quentinho e estendido no fim da tarde. Porque temos impulso de deuses, querendo desafiar o impossível, inventando-o.
Seria piada se não fosse tragédia: Uma humanidade inteira com corações vazios querendo preenchimento, no entanto, sem nunca se permitirem, e ironicamente, tentando exatamente o oposto.
Seria fácil se fosse difícil. Porque encostar no céu é simples demais. Queremos engolir as estrelas.
E então o amor casa-se com aqueles poucos que se permitem a vida, e nós, reles mortais com síndromes de deuses, continuamos numa caçada heróica de algo que sempre esteve embaixo do nosso nariz mas, que por ser simples demais preferimos ignorar.

"E assim caminha a humanidade... 
com passos de formiga e sem vontade."


"Adele - Hiding my Heart"



Camila Lourenço

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Quando volto ter fé


"O amor é um tapa na cara da linguagem" |Alícia Roncero|

Você se achega e encosta os pés nos meus, numa conchinha anti-frio, anti-gelo, anti-anti-amor. Eu me esparramo e suspiro, aliviada, entregue, medrosa. Que trabalho estava dando encontrar esse antídoto anti-amor.
Você me pega no colo e me sorri com os olhos e me faz ter aqueeeeela fé imensa, em você, na vida, em mim.
Levanto para trabalhar e o vento frio, com a chuva fina parecem presentes. Nem mesmo o verão com cara de inverno congela o amor que você faz nascer em meu peito quando me abraça e me chama de "minha menina".
O seu amor é um milagre que me faz milagreSER. E com você ao lado eu sei que mil anos passariam como um dia e um dia teria mil momentos como se fosse mil anos.
O seu colo, me recebendo ao final de um dia tenso me faz ter uma vontade de sorrir como menina, como a menina que atendo quando estou com você.
Seu amor torna as palavras desnecessárias, mas no entanto, a tentação mais impossível de não ceder.
Com você, o amor, brega que é, me envolve e me faz o ser humano mais cheio de esquisitices amorosas do mundo, e de breguices em breguices eu sigo sendo, aqui, acolá, lá e cá o ser mais tristemente feliz do mundo.
Feliz porque você existe, triste poque nunca posso te ver.
Mas quando o vento bate em meu rosto, eu sinto teu beijo e o universo inteiro faz sentido. E aí pouco importa se o mundo acredita que eu nasci por um plano seu ou se foi tudo efeito de uma explosão. Quando presencio o sol nascer, vejo teus olhos no meus e aceito e entendo que você, Deus, é meu amor perfeito, e que de um jeito bem mágico cuida de mim aquecendo meus pés para que eles consigam jamais parar de caminhar.


 A Thousand Years - Christina Perri

domingo, 25 de dezembro de 2011

Carta atrasada

Caro Noel,
Trago no peito um coração meio burro e as vezes medroso.
Sei que essa carta deveria ter chego a você antes do dia 24, mas como eu não levava muita fé em sua resposta, resolvi te escrever agora, depois que você já fez todo  trabalho na noite anterior.
Se você puder, dê-nos coragem, coragem pra sermos nós mesmos. Ele (o coração) e eu.
Se puder, também, nos dê uma armadura de aço. Dá um certo trabalho arriscar e ultimamente nossa escolhas não foram lá muito certeiras.
Dê-nos também uma sapato anti-derrapante. Temos caído bastante.
E por fim, nos dê paz. Tenha uma conversa séria com o cupido e diga ao mesmo que caso venha aparecer novamente, que seja com um alvo certo e saudável dessa vez.
No mais, acho que é só.
Se você puder, depois de tantos anos, atender essa cartinha atrasada, terá de mim e desse menino oscilante, meu coração, um eterno obrigada.

Com carinho.
Camila Lourenço

sábado, 24 de dezembro de 2011

Então é natal...



Não adianta tentar não se contaminar, as luzes, a esperança, os abraços irão te contagiar em algum momento, daqui até amanhã.
Então, porque não começar render-se  agora?
Comece a listar as conquistas desse ano. Foram muitas e maiores que as derrotas, eu tenho certeza.
Dê unfollow nos ressentimentos. Guardar mágoas pra quê?
...
Leia esse texto na íntegra aqui http://www.aredacao.com.br/coluna.php?colunista=56




"Feliz Navidad - Playing for Change"

Camila Lourenço

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Que seja doce. Amém.

E de vez em quando desejamos com tanta força "que seja doce", que Deus simplesmente atende.


"Mimüniz - Paraiso"
CamilaLourenço

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Mais um canto pra nós. ;)

Olá meus queridos.
É com imeeeenso prazer que apresento a vocês minha coluna no jornal A Redação "Rolou no Twitter".
Espero a companhia de vocês lá também. Haverá muitas dicas por lá e um resumão sobre os assuntos mais comentados do microblog.

Camila Lourenço

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O ano tá acabando. E agora?


Estamos há pouco mais de duas semanas para o ano acabar. Pouco ou quase nada dá pra fazer, dentro do programado para um ano inteiro, em 17 dias.
Talvez você descole um amor nesses poucos dias. Talvez não.
Talvez arrume um emprego. Talvez não.
Talvez tenha coragem de enfim pedir demissão do emprego que odeia. Talvez não.
Talvez resolva chutar o pau da barraca e mandar pra bem longe tudo e todos que te fazem mal. Talvez não.
Teoricamente as duas próximas semanas são só dias como outros quaisquer.
Não é a aproximação do dia 31 que divide a mudança do calendário de um ano para o outro que fará as coisas serem diferentes. É você. Nós. É sempre isso, nós que decidimos, escolhemos. .
Há poucos dias recebi um email onde a pessoa dizia "Que 2011 tenha sido um ano justo", e é isso. Tá certo que as vezes a vida nos prega peças que nada têm a ver com justiça. Alguns se vão, doenças acometem aqueles que amamos e a nós e isso realmente não tem a ver com justiça. Se enquadra naquilo que chamamos de "Coisas da vida". Outras coisas, porém, têm tudo a ver com justiça. As mágoas que sofremos, os tombos que levamos. Não, não estou falando que merecemos sofrer, mas sim, que permitimos que nos machuquem. Nos perdemos pelo caminho. Somos colocados a prova e nem sempre estamos preparados para passar. Temos um potencial enorme e não nos dedicamos para que ele floresça e ainda assim, queremos que as pessoas nos valorizem a partir dele, sendo que nós mesmos não o notamos e trabalhamos.
O ano vai caminhando pro fim e com ele chegam os votos de felicidade, dinheiro e paz. Sim, desejo tudo isso a você, mas meu desejo mesmo é que você tenha OUSADIA. Ousadia para parar quando tiver que parar. Para avançar, quando tiver que avançar. Errar. Cair, levantar. Porque é preciso coragem pra sair do comodismo e rever conceitos e quem sabe até, mudar de rota.
Coisa mais clichê, e verdadeira, impossível, mas é a verdade: Não há tombo que seja eterno, é tudo uma questão de achar o jeito certo pra conseguir se aprumar.
Quer um ano bom? Trabalhe para que ele seja bom. Tá desempregado há muito tempo e apesar de tentar não encontra emprego? Deixe de somente procurar vagas, faça cursos. Mas você pode pensar: "Camila, como eu vou fazer cursos se eu não tenho dinheiro?" Fique atento, há sempre algum ou outro curso profissionalizante gratuito. Agarre as oportunidades.
Levou na cara feio com amigos? Reveja, jogue esse cordão umbilical fora. Você não está grudado nem na sua mãe.
Recebeu muitas críticas? Pare um pouco pra pensar. Talvez seja mesmo hora de mudar.
Quer um amor? Ah, dedique-se a você, a viver bem. Uma hora, aparece. (eu ainda acredito).
Agarre-se em Deus. Seja você. Seja justo. Faça sua parte.
Falta pouco pro ano acabar, e contra isso você não pode fazer nada. Mas não espere o dia 31 pra renascer.
As coisas só mudam, quando você muda. Mude agora. Dá um certo trabalho, causa uma certa dor, mas vale a pena, vai por mim.
Tá perdido? Ótimo! Esse é o primeiro pré-requisito pra se achar.
É de passo em passo que se faz um caminho. Dê agora o primeiro passo, seja lá que passo for, ou que tamanho for, o que importa é tentar e lembrar-se que a vida continua, sempre continua. E apesar de qualquer pesar: É BELA!
Pouca importa se o calendário marca hoje 14 de dezembro ou 1º de janeiro, é a maneira como você decide vivenciá-lo que realmente vai determinar.
Quebre conceitos e viva a seu modo. A vida continua sendo, só uma.





Camila Lourenço
P.S: Se tudo der certo, o blog deve sofrer algumas mudanças por esses dias, mas é porque vem coisa boa por ai.
De volta e pra ficar. E que venha 2012! \o/

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um tempo pro blog

"Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã."
Renato Russo

Queridos leitores, motivo de eu jamais ter parado de escrever.
Quero agradecer a todos que sempre fizeram parte desse meu mundo, desse meu canto. Obrigada a cada um que comentou, enviou email, deixou recadinho em redes sociais e afins. Inúmeras foram as vezes que me senti mais forte com o que vocês mandavam pra mim. Saber que muitas vezes fui porta-voz de vocês sempre foi o combustível para eu não desistir de postar, de tentar.
O blog fez dois anos em setembro, mas só em março desse ano as visitas começaram ser computadas. Nesse período o blog recebeu mais de cem mil acessos. A todos vocês que acessaram, que olharam manhã após manhã, o blog, o meu muito obrigada. Não é o fim do "Meus textos, minhas ideias, minha vida", apenas um tempo.
Lembram da minha teoria de só passar adiante energia positiva? Pois bem, estou seguindo-a, e esse é o motivo do tempo.
Que dezembro venha cheio de paz pra vocês. É hora de sacudir a poeira, peneirar a vida, deixar o que não presta para trás e tentar fazer valer não só os dias que faltam para o ano acabar, mas também, a vida.
Obrigada. Beijo.


Shake It Out - Florence + The Machine
Camila Lourenço

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Oração ao tempo


Você que sara, que leva, angustia e acalma, trabalhe a nosso favor.
Coloca massa onde ficou buraco. Coloca bálsamo nos arranhões que doem, joga água nos olhos e retire a areia. Cole na mente o levantar de cada tombo.
Traz a tona aos olhos o brilho do céu de cada manhã. Leva em suas águas o egoismo da não lembrança do resto do mundo. Desse mundo grande, vasto, e ainda que injusto, lindo.
Evidencie o cheiro da vida, do doce, fétido, salgado, amargo, sublime. Cheiro de vida.
Coloca de novo nos olhos os olhos dos que nos embalaram pra dormir. Relembra-nos de seu valor.
Leve em suas águas todo desamor.
Leve com seu vento tudo que não faz bem. Balance a árvore da vida. Renove. Fortifique.
Traga em suas correntezas o aprendizado.
Aflora ainda mais aquela preciosidade eterna que carinhosamente chamamos de amizade.
Gruda em nós a essência. A nossa essência. Ajuda-nos a não nos perdermos de nós mesmos.
Trabalhe a nosso favor, tempo, e faça seu melhor. Lembrando-nos que é das cinzas que a Fênix se reergue, e que é perdendo bico e penas que a águia se renova.
Trabalhe... tempo. Trabalhe... e faça o que você pode fazer de melhor: a vida ser melhor.



"Oração ao tempo - Caetano Veloso"

Camila Lourenço


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Salve uma vida





(Trilha sonora pra sua leitura.)

Joana era uma menina alegre. Viva. Feliz. No alto dos seus 10 anos já colocava muito adulto no bolso.Precoce como ela só, tinha devorado praticamente todos os livros da literatura brasileira. Seu pai, apaixonado pela doçura da vida como era, logo cedo aplicou a garotinha em Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Chico. Mas Joana não era daquelas crianças chata meio-adulto-metido-a-sabichão. Jona era leve. Tinha uma gana pela vida, uma vontade pela vida que contagiava. Sua risada e cheia e gostosa. Tinha mania de atris cômica e encenava pros avós depois dos almoços aos domingos, pra tirar da avó, que sofria Parkinson um pouco mais de sorriso. E conseguia. Sempre conseguia. carinhosa, elétrica, ousada... Joana.
Naquela sexta-feira Joana estava mais eufórica que todos os outros dias. Era o concurso de redação da escola e seu coraçãozinho de criança trazia consigo a esperança da vitória. Estava na calçada esperando o sinal abrir para passar, quando um carro desgovernado, sabe-se lá porque, acertou e cheio a garota e lançou-a metros de distância. Os trausentes da rua socorreram a garota, os pais foram contactados. Joana estava gravemente ferida. Na queda, sofrera traumatismo craniano e fraturara as duas pernas, e além de tudo isso, tinha perdido muito sangue e agora precisava urgentemente de transfusão. Seu sangue, AB negativo, só era compatível com o de seu avô, e o mesmo, não podia doar devido a hepatite que havia dado na juventude.
Desesperados os pais de Joana viam suas esperanças de ter sua pequena viva em seus braços diminuírem a cada minuto. Uma campanha foi feita as pressas, passada de boca a boca e 4hrs depois, um doador compatível apareceu.
Joana ainda está em coma, mas já respira sem ajuda de aparelhos. Os médicos garantem que ela voltará a ser a menina normal de sempre. Karina e Everton se revezam ao pé da cama velando pela filha, mas nos lábios de ambos, em suas orações, jamais faltam o agradecimento à Deus ao jovem que permitiu que Joana renascesse através de seu sangue.

A história acima é fictícia, mas como a personagem do texto, várias pessoas já foram salvas porque gente como a gente se dispôs a ficar alguns muitos doando um pouco de si ao próximo. Outras tantas também, já morreram por falta disso.
Amanhã, 25 de novembro, é o dia nacional do doador de sangue e tô aqui pra te convidar pra também trazer vida pra vida de alguém. Compareça ao Hemocentro, entre 8 as 18h e faça parte dessa turma de doadores de sangue. E se você quiser fazer o serviço ainda mais completo, se cadastre para ser um doador de medula também.
Salvar uma vida pode ser fácil e depende de você.

End: Hemocentro de Goiás – Av. Anhanguera, 5.191, St. Coimbra, Goiânia-GO





Camila Lourenço na operação #BlogSalvaVidas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amizade é outra coisa

Amizade não é aquilo que te busca onde quer e quando quer. O nome disso é táxi.#Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que te expõe ao ridículo quando bem entende, o nome disso é apresentador de stand-up. #Amizadeéoutracoisa.
Amizade não é aquilo que banca suas baladas. O nome disso é banco. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você precisa dar constantes provas de amor. O nome disso é casamento. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo onde você só sabe dizer concordo. O nome disso é puxa-saquismo. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você termina por qualquer briguinha. O nome disso é peguete. #Amizadeéoutracoisa.
Amizade não é aquilo que você deixa na mão quando conveniente. O nome disso é fédaputagem. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você concorre o tempo inteiro p/ver quem é + bonito, + foda ou + popular. O nome disso é Fashion Week. #Amizadeéoutracoisa
Amizade não é aquilo que você precisa dormir com um olho aberto e outro fechado quando o assunto é homem/mulher. O nome disso é puteiro. #Amizadeéoutracoisa

Amigo é aquele com quem você pode contar apesar de todos os"apesar de". O único relacionamento do mundo, que se verdadeiro, é pra sempre.
Amizade não é o que a gente anda acreditando por ai. O nome disso é coleguismo, fase, oportunismo, ou só oportunidade. Amizade é outra coisa e quando for, você saberá.



Até Quando - Gabriel O Pensador

Camila Lourenço

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tomei chá de mentrasto e vomitei aqui


Minha mãe sempre me dava chá de mentrasto quando criança. Por qualquer coisinha ela surgia com o copo na mão e meu pesadelo dentro. Se eu misturasse "leite com manga" lá vinha ela com o tal chá de mentrasto salgado pra caráleo pra eu beber (sério). E nisso eu vivia botando os bofe pra fora, numa sucessão e vômitos pra mim, desnecessários, mas que ela julgava correto. Resultado:Cresci odiando cada dia mais essa ideia de botar pra fora qualquer coisa que eu ingerisse, mesmo se estivesse me fazendo mal. Uma vez intoxiquei com remédio de um tratamento de dente, fui parar no hospital e nem com dedo na garganta a coisa saiu. Precisou remédio na veia pra me incitá o vômito. Mas, isso tudo seria normal pra mim, daria pra sobreviver, se eu não tivesse trago isso pra vida real, pra vida além do estômago. A gente engole cada bucha, né? Eu sei de mim, e falo que já engoli muita coisa que me fez mal e simplesmente não consegui ''vomitar''. Mas, creio eu, o problema não é nem botar pra fora, e sim, aprender a não engolir. Rejeitar, simples assim. Bem, ao menos era pra ser simples.
Cara, pra mim o mundo tá de ponta cabeça. A gente já não respeita nada, e isso falo me incluindo no bolo. É amizade virando jogo de interesse, é uma falta de respeito com sentimento daqui, dali. Como se todos tivéssemos nos tornado uns secos, frios e calculistas, que não sentem, não se importam, não se magoam, não choram, não nada. Desculpa o palavriado, mas o caráleo com isso de ter que se apresentar sempre feliz, de nunca poder curtir fossa em paz, que você tem que ser forte sempre, que você não pode isso, não pode aquilo outro. que o que você aparenta vale mais do que o que você é. Que um monte de babaca bate palmas pra umas coisas que.. vâmo combiná. Tudo poser. Tudo coisa vomitável. Que a gente devia estar vomitando há tempos. Ah cara, acredito em Papai Noel mas não acredito em gente que tá sempre por cima da carne seca. Gente o tempo inteiro feliz é tão irritante quanto gente o tempo inteiro triste.
Como é que é, Brasil? A moda agora é viver num mundo de máscaras? É se pintar.... fingir que é a moda?Se for, obrigada. Máscaras não me caem bem.
Eu sou por vezes uma tapada. Demoro pra pegar algumas coisas, tenho a mania imbecil de gostar de quem me dá porrada na vida e nem é por apreço, muito menos porque sou mulher de malandro, que gosta de apanhar, muito menos me apego a qualquer espancamento. Não consigo abraçar com a alma aquilo que não altera em nada minha vida. Não consigo ouvir só os que me aplaudem. Na real, são os que menos ouço, embora ame aplauso tanto quanto qualquer pessoa. Mas são os que tocam o dedo na ferida, que vão lá e batem na minha cara e falam "acorda", ou "Oi?O que você tá fazendo/falando? Sua louca!" Tenho plena consciência que isso pode ser tão maléfico quanto benéfico. Graças a isso passo horas pensando o que tenho que mudar, o que é real ou não. Tenho pra mim que crítica é algo que deve ser levado a sério, independente se venha de algum inimigo. Crítica eu não vomito. Crítica eu remoo feito vaca, até digerir cada razão ou loucura e fazer desse alimento amargo algo proveitoso. Crítica é aquele lance estranho que se você presta bem atenção, descobre o caminho das pedras. Das suas pedras.
Voltei tomar o chá de mentrasto da minha mãe. Tomei tanto que vomitei esse texto aqui. Andei comendo muita merda ultimamente e tava na hora de botar pra fora.
Tomei tanto que fiquei leve e lisa por dentro e com um gosto amargo na boca. Na sucessão de vômitos que me sucedeu notei que bem mereci muitas das cólicas estomacais pelas quais passei ultimamente. Mas notei também que muita coisa que eu consideraria ruim já tinha se tornado proteina em meu corpo e graças a elas, pude me sentir um pouco mais forte.
Agora, de estômago limpo, peguei aqui foi a minha plaquinha esquecida chamada "não", pra enfiar na cara de tucontécoisa, ou tucontépessoa que vier me fazer engolir o que não me faz bem.
Eu até pediria um mundo menos falso, gente mais transparente, mais sinceridade, mas Papai Noel parou de responder minhas cartas faz tempo. Sendo assim, eu torço mesmo é que a comamos menos merda. Porque como diz a minha mãe, vomitar faz um bem danado, mas escolher melhor o que se come, consegue ser ainda melhor.
Um beijo e um dose de chá de mentrasto pra vocês.


Back In Black - AC/DC

Camila Lourenço

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Hoje, VIVA

"Quer alguém em quem confiar? Confie em você mesmo."
|Renato Russo|

Bastará uma olhada mais sincera pro céu pra ver como tudo que há é maior que qualquer coisa parecida com problema.
É uma grandeza tão infinita que jamais caberá num olhar, e diante dela, todo o resto, é resto.
Caiu e se machucou? Levanta que com o tempo sara.
A porta fechou e a solidão te atacou? Respira fundo e segura a onda. A maré vai tornar baixar.
O trabalho deu errado, o patrão encheu o saco e todos os projetos desandaram? Reavalie-se. Aprenda. Melhore. Continue.
O amor não frutificou, as coisas não aconteceram, alguém não apareceu? Dê um tempo no mimimi. Que coisa mais feia essa de jogar esse peso todo da sua felicidade nos ombros de alguém.
A saúde brecou, a doença apareceu e o desespero bateu? Força. Fé. A vida segue seu curso, mas você pode fazer de hoje um dia bom, independente do que há.
Respira fundo hoje. Respira fundo agora. Olhe para esse céu lindo de meu Deus. Olhe pra esse emprego que mesmo que você odeie, é de onde tira seu sustento. Olhe pra você, que mesmo cheio de defeitos é tão querido(a) e admirado(a) por tantos e relembre: A VIDA É MAIOR!
Permita-se envolver-se com a grandeza do mundo e hoje, só por hoje, somente agradeça.
Tá tudo ferrado, errado? Vai por mim:PASSA!
O tempo continua sendo a melhor resposta pra tudo.
Resigne-se ao tic tac da vida, que redonda que é, nunca falha em suas voltas, e hoje, e amanhã, e amanhã, se permita viver.


Don't Worry Be Happy- Bobby McFerrin

Camila Lourenço

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Aprender pelo que não foi. A melhor solução

"Só os mortos ou os tolos nunca mudam de opinião."
|Desconheço o autor|

Fiz o melhor que poderia por tudo que não foi: Revi meus conceitos.
Pra cada gosto musical criticado, ouvi uma nova banda. Pra cada livro considerado medíocre já lido, outros, de autores novos, foram adquiridos. Pra cada pensamento "pequeno" em mim destacado, a procura de "como deveria ser" foi aguçada.
O resultado disso tudo não veio num cavalo a galope, muito menos num carro importado. Vem em cada amanhecer que presencio com um olhar diferente. Vem no incomodo pelo desejo da mudança. Vem no quase angustiante desejo de acertar.
Não permitir que tenha sido em vão cada bofetão foi a melhor forma que encontrei para agradecer àqueles que mesmo em meio tabefes, nos fazem crescer.
Se permitir mudar de opinião não é ser maria-vai-com-as-outras, é não se condicionar a ficar parado na vida e no tempo eterno da estupidez.

Nem tudo mudou, mas, nada mais também é como era.
Um Katrina passou por mim.


Hurt - Johnny Cash

Camila Lourenço

Aguenta um pouquinho


Eu me agarro ao silêncio porque falar seria por demasia pesado. Não pra mim, com quem travo diálogos longos e exaustivos, mas para os ouvidos alheios.
Tem dores, perdas e cargas ruins que a gente afoga é com o silêncio mesmo. Se for pra repassar algo, que seja bom, e doce. Do contrário, nada mais justo que o silêncio.

Pera um tikim.
A tomada do meu "foda-se" tá meio emperrada.
Mas já resolvo isso e tudo volta ficar bem.

Camila Lourenço

sábado, 12 de novembro de 2011

Aborto de mim


O que eu queria era aparar aquele sangue que escorria entre as minhas pernas e fazer aquela minha versão feto voltar de onde havia saído, mas não conseguia. Atônita e num misto de desespero e surpresa, vi aquele líquido vermelho molhar toda a minha roupa e levar consigo todo o resto que havia de mim em mim. Não houve olhos pro céu em prece. Não havia mais pelo que pedir. Não houve revolta, nem raiva duradoura. Só o lamento. Em um flash que deve ter durado alguns segundos revivi mentalmente todo aquele processo de preparação. Os hábitos adquiridos, as músicas aprendidas, a comida e a falta de comida na medida certa, ou quase certa, não sei. O mundo e aquela cor desconhecida. O céu do novo. O inferno do enjoo. Era tudo isso que morria ali, naquele sangue escorrendo em mim. E de todos os abortos de mim mesma, aquele era o mais ridículo e estranho, e ainda assim, quem sabe, talvez, o mais doloroso.
Eu lá sabia o que viria ser aquele feto. Não sabia. Poderia ser pássaro que ama verão longínquo. Poderia ser árvore que fixa raízes. Não sabia mesmo o que crescia em mim de mim. Só sabia que queria que continuasse crescendo ali, me crescendo, ainda que para manter-me viva eu precisasse de uma dieta forçada e reforçada. Por mais que os efeitos colaterais fossem queimação e insonia. Cólica, pontadas, calafrios, medo e toda sorte de coisas ruins. Eu queria aquele feto de mim, da vida, em mim.
Enquanto observava as gotas de sangue escorrer, esse turbilhão de pensamentos passou pela minha mente, e dessa vez não me esforcei pra ver o tal lado bom, que sabia eu, não existia. Me permiti me perder através de cada gota que descia, me permiti morrer através daquele sangue que secava em minhas pernas. Talvez se eu não houvesse pulado. Talvez se eu não tivesse dançado. Talvez isso, talvez aquilo outro. Uma chuva de talvez caiu sobre minha cabeça e não corri para não me molhar,
Sem final triste ou feliz. Só um aborto de mim.
Foi nesse dia que a esperança morreu e que entendi que não é preciso que seja grande uma pedra para nos fazer cair.

The Blowers Daughter - Scala & Kolacny Brothers

Camila Lourenço

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Você me engole

Aquele negócio chamado vida? Tô aprendendo, rapaz. Tô aprendendo.

Você me engole. Me engole quando me olha, quando me fala, quando me toca, quando me vê. Sei que você me engole porque quando isso acontece, só vejo você. Olho pro lado e você está lá, zombando da graça desprovida de inteligência da vida. Respiro fundo e seu cheiro meio agre, meio doce, meio OGRO-doce impregna meus pulmões. Mastigo e ouço o som crocante de você entrando nos meus dentes, machucando minha gengiva, me fazendo sangrar e ainda assim, sendo irritantemente indispensável. Você me engole, eu sei. Quando aperta meu corpo me fazendo sumir no seu, fazendo dos meus fios de cabelo seus anéis. Você me engole, me absorve, me (re)tem. E quando habito seu corpo nesse cárcere-privado-aberto, meu mundo adquire uma redoma estranha, desconhecida e viscosa, que quanto mais tento sair, mais atolada fico, e por mais rico em liberdade que seja, mais me mantém refém. Refém por vontade. Ai me entrego, pego um livro e me descanso em você. Me encosto nas paredes do seu interior e fico esperando a vida, sei lá como, nos parir.
Só quando você, guloso que é, começa engolir tudo quanto é porcaria que aparece em sua frente, que as paredes de você em mim começam ficar mais transparentes e de repente, o mundo lá fora parece mais atrativo que esse lar desconhecido e interessante que você me dá sempre que me engole. E na espera do nosso parto, nos aborto e vou pra outra degustação qualquer da vida, um pouquinho mais confiável que seja, ciente porém que bastará você aparecer de novo pra me engolir e esfregar na minha cara que mesmo odiosamente estranho, não há lugar melhor do mundo para estar que dentro dessas suas retinas lindas quando você está a me engolir.
Você me engole e eu sempre me salvo, mas o que eu quero mesmo é ser engolida e não mais sair até a vida resolver nos parir.


I Won't Let You Go - James Morrison

Camila Lourenço

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Smile


E na formação do meu corpo Deus colocou várias doses extras de endorfina, então, não adianta bater, vida. Não adianta. Porque vou fazer de cada surra que você me der um bom motivo pra sorrir. Afinal, dizem por aí que tapas de amor não doem, e no fundo, confessa, você me ama que eu sei.

O tempo passa depressa demais pra não nos permitirmos sorrir.


The Beach Boys - Wouldn't it be nice

Camila Lourenço

sábado, 5 de novembro de 2011

Vem quente que tô fervendo

‎"Recuar? Só se for para pegar impulso."
|Desconheço o autor|

Acontece que meus pés já andaram em terrenos piores, e meus olhos já presenciaram cenários mais causticantes, e agora pouco se demoram naquilo que não merece atenção e encanto.
Das trilhas sonoras da vida, deixei de ser só ouvinte e passei decidir quanto tempo cada música irá tocar e quando será a hora de a substituir.
Na vida, só possui lugar fixo e insubstituível família e aqueles poucos e raros amigos do peito. O resto, sorry, é resto e com resto nos demoramos somente quando vale a pena.


"Pode vir quente que eu tô fervendo - Raul Seixas"

Camila Lourenço

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Da ilógica

*E matar minha esperança foi o meio mais eficaz que encontrei
pra continuar acreditando.

Nunca entenderei essa lógica da vida, onde todos os braços querem se encontrar e permanecem, no entanto, cruzados.


Dançando- Agridoce

Camila Lourenço
*Frase inspirada nesse texto aqui.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por nós, eu rezo


Amanheço e anoiteço com a reza nos lábios pra não secar por dentro e não te matar em mim.
É que meu peito, já cansado, fez dos resquícios de algum sonho bom o seu corpo. Você respira debilitado a custa de aparelhos, e eu já quase não sei mais o que fazer para manter firme esse batimento cardíaco e não deixar morrer o que sequer chegou nascer.
A verdade é que a cada batimento cardíaco fraco nesse corpo debilitado no qual te construi, morre também um pouquinho de mim. Por isso rezo. Rezo pra seus pés encontrem enfim o rumo certo do nosso destino e nos salvemos da apatia sem fim quanto a vida, amor, esperança e fé.
Oro por você, porque sei que em algum canto do mundo, seus olhos também esperam por mim.


Love Is Here - Sonohra

Camila Lourenço

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O melhor presente de grego pra se ganhar

Que coisa mais estranha é constatar que o queremos mesmo é o que o amor seja nossa comida, e vida.

Se eu pudesse te fazer um pedido hoje, eu te pediria sinceramente, seu moço: Me ensina de novo amar? Já faz tanto tempo que eu não consigo me recordar.


Fairy Tale - Shaman
Camila Lourenço

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Laska



Era inverno quando Laska chegou. Ao contrário do que esperava, não me colocou no colo, não me aqueceu muito menos tirou aquela agonia familiar do meu peito.
Chegou não sei se altivo ou nervoso, só sei que tirou tudo do lugar. Tirou todos os móveis do canto da sala, jogou minhas gavetas no chão, esvaziou meus armários, jogou as roupas na cama. Nem mesmo meu lugar secreto de bugigangas escapou daquele ataque estranho. Tirou as cortinas das janelas, bagunçou a cozinha. Eu olhava aquilo tudo primeiramente estática, sem entender. Depois, nervosa, pulei em seu pescoço tentado frear aquela disseminação da desordem, em vão. Ele continuou sua missão que durou pouco mais de uma hora.
A noite estava fria, ventava e caia uma chuva fina e triste e eu assistia desolada e derrotada aquele espetáculo da porta, sentada no chão, onde eu estava. Quando ele se deu por satisfeito, virou pra mim e disse: "Pronto, agora arrume." Confesso que chorei. Era só uma casa, tudo bem, eu sei, mas era a MINHA casa, toda bagunçada, revirada de ponta a cabeça e com aquela imensa nuvem de descrença pairando no ar.
Esfreguei os olhos com as costas das mãos, como fazia quando criança. Olhei pra ele, nos olhos. Nem brigar consegui. Ele saiu pela porta me deixando ali com minha bagunça, com aquela bagunça tão parecida com meu interior. Sentei perto da cama. Não sabia sequer por onde começar, mas comecei. Furiosa, entristecida, descrente, fui pegando primeiramente minhas coisinhas pequenininhas. Encontrei um porta-retrato do 1º ano da faculdade, uma carta do primeiro namorado, uma foto envelhecida do meu saudoso pai, um cartãozinho de um natal antigo em família, e de repente, meu rosto de triste começou ter aquela leveza que a nostalgia das boas lembranças produz.
Encontrei também um tanto bom de recibos de contas antigas, molduras de tempos ruins e mais alguns outros resíduos de lembranças doloridas. Do guarda-roupas, acabei encontrando várias coisas que não mais deviam estar ali. E assim prossegui minha faxina forçada, encontrando em cada canto alguma coisa que me fazia chorar e sorrir, me livrando de algumas, guardando com ainda mais cuidado outras tantas. A faxina não acabou em um dia. Demorei semanas para colocar tudo em ordem. Creio que nem na última mudança vi tanta bagunça. Laska estava sabe-se lá onde... desde o dia do seu ataque que eu não o via.
Quando terminei a faxina no interior da casa, reinava do lado de fora caixas e caixas de coisas que precisavam ganhar novos donos, novos rumos e também o caminho do lixo. Sai de casa e encontrei novas casas para as coisas que precisavam de novos donos, deixei também um bom montante de caixas no lixo e dei aqueeeele tanto de papel de um passado não tão legal para o cara da reciclagem da esquina. Voltei pra casa leve. Até de sapatos eu havia me desfeito. Cheguei e observei como minha varanda estava linda. Nunca tinha notado o quanto parecia iluminada, limpa. Límpida.
Entrei e aquele ar que gosto de chamar de "esperança" me acolheu e abraçou. Achei tudo mais lindo e espaçoso. Havia me livrado daquela mesa de canto que nunca havia tido serventia alguma além de ocupar espaço. Havia me livrado também da cortina escura e a janela do jardim agora estava aberta deixando o cheiro do finalzinho de inverno entrar. Eu ainda estava ali, enamorada quando ele entrou. Entrou, me deu aquele abraço que só ele sabia dar, envolvendo meus braços, por trás e sussurrou no meu ouvido:"Será que agora você entendeu?"
Eu me virei e fui preenchida por aqueles olhos que me desmontavam por inteiro sem necessitar de palavra alguma e ao invés de raiva, repulsa, eu o abracei. Me joguei nos seus braços, com aquele choro de alívio regado a riso silencioso.
Não sei muito bem quando a ficha caiu, quando entendi. Só sei que foi bem no dia que Laska chegou e tirou tudo do lugar que entendi que amor só é amor quando de alguma forma te tira do ócio do comodismo e te relembra que para coisas boas chegarem é preciso arrumar "espaço".
Naquele dia, "Laska" entrou de vez na minha vida, e desde então, nunca mais me questionei sobre o que é amor, "Laska" arde todos os dias em meu peito me lembrando que está ali.



''Now We Are Free''
Camila Lourenço
P.S: Laska, em tcheco, significa amor.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Desconectar para conectar (na vida)

Bom diia pessoal!
Texto de hoje no Gente de Conteúdo.
"Desconectar para conectar (na vida)". Leia aqui

Camila Lourenço

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Porque é isso que importa

E que se dane se o céu não está azul. Tenho tinta pra quê?


O que desejo mesmo é que Deus passe uma mega super cola em nós e nossa essência, para que por nada nem ninguém desse mundo, deixemos de ver a vida da forma como devemos ver: Com os olhos do coração.



We Are The Champions


Camila Lourenço

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Pare de ser a burra da vez

Ninguém morre de amor.
Julieta que entendeu errado a parada.

Havia tanto amor ali, mas tanto, que o bom senso já havia perdido há muito seu lugar.
Ela o carcomia com olhos, ouvidos, saliva. Ela o amava de uma forma tão gigante que ficava até chato. Ela queria preencher-lhe todas as lacunas, e dar-lhe todo, TODO o amor do mundo. Dormir de conchinha depois do amor, contar-lhe do dia, retrucar, responder, amar. Tonta, sequer percebia o que estava tendo em troca, ou se recebia algo em troca. Só ia, bebia como se seus lábios jamais houvesse tocado em algum líquido no mundo. Ela comia-o no café da manhã, da tarde, da noite, e demorava um pouco acordada para olhar pra aquele corpo sob o seu. Estava uma tonta, uma chata, uma tapada... uma apaixonada.
E mudou planos, e mudou rotina, e não voltou mais no encontro das amigas, nem foi mais ao cinema ver sua sessão favorita de filme francês, porque precisava estar com ele, queria estar com ele, pra ele, por ele, a ele.
Era impecável, sempre linda, inteligente, bebia e não se importava com o futebol do domingo. Era perfeita. O cercava tanto, estava tão presente que por assim o fazer, sequer o deu chances de perceber que ela fazia falta. E quanto mais como móvel da casa ele a tratava, mais a tapada se anulava, tentando desesperadamente e em vão preencher o abismo enorme que crescia entre eles. Não tardou, amargou um pé na bunda.
Sem entender e chorosa, hibernou um bom tempo a decepção. Se culpou, engordou, se revoltou. Enfiou o pé na jaca, bebeu, vomitou, saiu, beijou. Aos poucos, foi voltando sua rotina. Aos poucos foi voltando ser gente, ser ela. Viveu outras histórias. Repetiu o mesmo roteiro burramente várias vezes e parece que nunca entendeu. Parece que nunca entrou em sua caixola teimosa que seu encanto estava exatamente por ela ser um ser humano e não um parasita acampado nas costas, por conta e pra alguém.
Ainda continua linda, inteligente, mas passa a vida a contabilizar fracassos amorosos (opa, parece que temos algo em comum). E na sua ânsia de amar, leva cada dia pra mais longe esse querido dom.
Essa garota tem sido todas as mulheres, e esses amores, que nunca foram nada mais que doações desesperada de atenção, são todos os próximos que elas (nós) acreditamos sempre que fosse "o próximo".

Meninas, está na hora de entendermos duas coisas: Um lance é só um lance.
O amor, uma hora acontece, e acredito que acontece bem naquele momento que começamos cativar aquele sentimento bonito por nós mesmas chamado: "respeito".

Quanto aos "eu te amo" guardados... Uma hora acontece. Uma hora a gente acontece.

Ass: Uma das ex-"burras da vez" do Braséo.

Here Comes Your Man - Pixies

Camila Lourenço

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fazer feliz, pra ser


Quando a ânsia de ser feliz dorme e a necessidade de fazer feliz reaparece é quando entendemos que nunca foi em outro lugar se não em nosso egoismo a casa de todas nossas frustrações.
Quando conseguimos ver em nós mesmos as coisas boas que o mundo tanto grita, trocamos enfim a espera de receber algo pra poder doar pela simplicidade de fazer e só, e aceitamos que riso que realmente fica é aquele que nasce através da felicidade que de alguma forma, em outro semeamos.
Nosso pecado está em querer fazer parir dos outros o que deveria nascer primeiramente, em nós mesmos.


"Empty Hand- Eliza Doolittle"

Camila Lourenço

sábado, 15 de outubro de 2011

Espinho diário

(...)

Eu faço um esforço danado pra crer ainda em alguma ponta de unha desses dedos, pra não chutar o balde e xingar o mundo, maldizer a Deus e a mim.
Eu contraio a barriga, rindo de desespero de um futuro bom escondido entre as frestas de alguma cena que perdi no caminho. E dou mais risada ainda por toda essa cor furtacor que insisto em tentar ver o mundo.
A verdade é que ando chutando pedras perdidas nesse asfalto artificial que o caminho se tornou, só pra ver se ao menos xingando pela dor do impacto da pedra no meu dedinho mindinho, eu descubro que ao menos alguma coisa nesse mundo é de fato, real.


Radiohead - Fake Plastic Trees

Camila Lourenço

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Meu sol particular

Que valor incalculável possui aquelas pessoas que nos conseguem dar fé.


Qualquer palavra que eu dissesse quebraria o encanto do momento. Tinha um sol nascendo na minha frente e eu não poderia perder.
Não eram dias nem lindos, nem tristes. Eram dias. E tudo corria bem sem nada de bom realmente enfeitando. Até que aquele sol fez borboletas dançarem no meu estômago e trouxe um capítulo para aquele livro cheio de prefácios que tinha se tornado minha vida.
A despretensiosidade daquele sol, nascendo bem ali, orquestralmente na minha frente dava a tudo um tom diferente e mais vivo.
E foi iluminada por aquele sol, que me atirei pra vida. Ciente que o medo não me abandonaria, usei-o como trampolim. Porque medo ou nos trava ou nos empurra, e dessa vez, resolvi fazer o meu me empurrar, pra vida.
Sem saber se aquele sol nascia pra ficar, ciente da ausência de promessas a serem cumpridas, tomei posse da única coisa que realmente nos pertence:"o agora".
Sabe-se lá que fim levaria aquele voo livre que aquele sol tinha me incentivado a fazer. Sabe-se lá do amanhã, do chão e de tantas outras coisas.
Se para o planejamento do que que não se sabe eu havia perdido um bom tanto de sorrisos meus e de outros pelo caminho, dessa vez resolvi fazer diferente. Não planejei, não arquitetei. Fui. Aquele sol que nasceu quando ele sorriu, me salvou, e através dele, me perdi de novo. Mas pouco importa o quão perdida eu pudesse estar, pela primeira vez, por não saber como pode ser o caminho, o coração voava feliz, por enfim poder ser o que quisesse ser, se quisesse ser.
Foi o brilho daquele sorriso que me libertou. E foi naquele sol que nasceu quando ele me sorriu, que floresci, pra vida e pra mim.

Caetano Veloso - O Ultimo Romantico


Camila Lourenço


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Faz parte do meu masoquismo, meu amor

"Mas aí, daqui uns dias…. você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."
|Tati Bernardi|


Você é o melhor espinho que já senti na carne. Vai ver que é por isso.
Vai ver que é por isso que torci todos os dias pra ver aquela porta abrir, morrendo de vontade de te ver entrar só pra te mandar partir.
Eu tenho é um medo danado dessa vida que fica bonita demais quando você está por aqui.
Fica? Vá! Me leve.



Cat Power - Living Proof
Camila Lourenço

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Consequência


Elefante é o que você carrega nas costas cada vez que decide colocar uma armadura pra ser proteger do mundo.
Jiló é o que você engole quando não admite saudade.
Isopor é seu alimento da tarde quando ser raso é sua decisão.
E solidão o seu destino quando crê que as pessoas são espinhosas demais para caber no seu abraço.

Camila Lourenço

sábado, 8 de outubro de 2011

Sobre voar a dois

Distraído é aquele que tropeça no amor,pede desculpas e continua andando.
|Camila Heloise|

Foi de tanto pular abraçado e cair sozinho que quase vi aquele cara desistir.
Eu o via, dia após dia, saltando quase compulsivamente do avião com aquele pára-quedas, mas nunca só. Algumas vezes o corpo que descia agarrado ao dele tinha o mesmo rosto do dia anterior. No inicio era até bonito de ver. Os dois, ele e a garota da vez, saltavam agarrados, abraçados, como um só, e eu via o pára-quedas se abrir e cada um abria um braço e naquele momento, pra mim era como se houvesse somente um corpo ali, desafiando a gravidade. O encanto dele e o meu porém sempre se esvaia quando depois de alguns saltos, quando sabe-se lá como, de repente, já não havia alguém saltando grudado ao corpo dele. Não sei o que acontecia. Não sei se depois de um ou dois saltos elas queriam experimentar o sabor de voarem sozinhas, só sei que elas sempre desvinculavam-se do pára-quedas do rapaz e dançavam entre as nuvens sozinhas e ele descia sem o sol que nascia no seu sorriso quando alguém o fazia voar por dentro, voando junto.
Eu o observei dia após dia, ano após ano. Não sei como aquele cara nunca desistiu. Um dia porém, algo inusitado aconteceu. Depois de passar umas duas semanas saltando com um garota, vi a mesma fazer aquele cara protagonizar uma cena nova. Ela como todas as outras posteriores, se desvinculou dos braços dele para saltar sozinha, saltou, abriu seu pára-quedas mas voltou-se pra ele e lhe ofereceu as mãos. Eu não sei o que se passou na cabeça daquele rapaz durante aquela fração de segundos que durou aquele momento. Não sei se ele ficou estupefato como eu ou se ficou só feliz. Sei que ele agarrou as mãos estendidas, e aquele foi o salto mais lindo que eu já presenciei aquele rapaz dar. Desde então, acabaram-se os desfiles de garotas. Todos os dias volta sempre "aquela" garota, que pra mim agora é a mais linda de todas.
Aquela menina, provavelmente agindo por impulso, ou só ouvindo o instinto/coração, entendeu que para voar não é preciso utilizar as mesmas asas. Que não é preciso precisar para se querer, e que a liberdade de voar sozinho jamais será barreira para quem decidir voar a dois.


I believe I can fly - R Kelly

Camila Lourenço

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ah cara, vá, SEJA FELIZ HOJE

Se você soubesse o quanto a felicidade te obedece, mandaria ela ficar em você mais vezes.

É claro que tudo ficaria melhor com aquele cara, com aquela garota, com aquele carro, com aquela viagem, e com aquilo tudo.
Acontece que a vida é o bonde que passa enquanto você se lamenta.
Devia ser melhor? Devia. Mas ainda assim: é bonita, é bonita e é bonita.
Pare de reclamar e vem cá ser feliz HOJE.


Florence + The Machine - Dog Days Are Over

Camila Lourenço

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Time

Floresça em mim e me relembra que você pode ser doce, vida.

É quando as palavras encontram o caminho no silêncio que sei que é hora de parar. Parar pra essa senhora criança me mostrar dos seus presentes e me contar das suas verdades.
Não é raro não falarmos a mesma língua, mas sei lá porque ainda teimo em acreditar que ela nasceu em mim pra ser bonita. Vida. Bonita.


I want you - Holly Cole

Camila Lourenço

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Partir

De vez em quando seja egoísta o suficiente para optar por você.
Haverá sempre a porta de saída como opção para a moradia que não te faz mais sorrir. Por mais que a casa seja bonita e que você tenha por ela um carinho imenso, ouse girar a maçaneta.
Só descobre que há sol quem ousa olhar para o céu.



Susan Boyle - Enjoy The Silence (Depeche Mode Cover)

Camila Lourenço

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mais um cadinho de mim

Queridos e queridas, meus caros leitores, combustível meu para jamais desistir de escrever.
Estou escrevendo para outro site também, Gente de Conteúdo (já deixei o link aqui pra vocês uma vez, não sei se todos viram).
Hoje teve postagem minha sobre o Rock in Rio e fuçando no site, vi que o vídeo onde dou minha opinião sobre o que é "Gente de Contéudo" já está no ar. Aproveito a oportunidade para deixá-lo aqui pra vocês, assim vocês conhecem um pouco mais sobre essa"garotameioloucacomossentimentosaflordapele' que vos escreve.
Beijo e confiram



Visitem o site depois: http://www.gentedeconteudo.com.br
Beijos meus!


domingo, 2 de outubro de 2011

Luz, ação


Nem que a fé nos afogue e nos deixe talvez até meio bestas e cegos. É preciso de um pouco de sorriso bobo na cara pra seguir a vida com doçura.
É preferível uma cegueira carregada de esperança do que a tristeza de não conseguir alimentar nenhuma boa convicção para o amanhã.
O céu tá cinza? Ótimo. Façamos o desenho que quisermos através das densas nuvens.
Ter fé é uma questão de escolha. Dar certo é uma questão de ação.
Hajamos. Cada um a seu modo, a seu jeito, vale tudo (desde que seja do bem), só não vale parar. Tem muita coisa boa a nos esperar.


"Yellow - Coldplay"

Camila Lourenço

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fica comigo?


Hoje uma música me fez lembrar você.
Lembrei daquela época que éramos tão juntos, mas tão juntos, que não havia um momento sequer que você não estivesse comigo, de forma totalmente palpável.Eu te sentia só de respirar.
Lembrei de quando cantávamos juntos e você me dizia sorrindo: Como você canta lindo. canta pra mim de novo? E eu sorria e abria a boca no mundo como uma cigarra pra cantar pra você de novo e de novo.
Lembrei de como você me consolava quando eu me descrençava diante das desgraças do mundo e de como tinha uma paciência danada diante dos meus dramas de menina.
Conversávamos todos os dias e a coisa podia estar preta que com você, parecia tudo arco-íris.
Lembrei e senti uma saudade tão grande de você, mas tão grande, que vim te escrever, pra ver se assim você me desculpa por as vezes ser tão ausente e descrente. Se você me desculpa por ser tão boca suja e hora ou outra soltar tantos palavrões. Se você, sei lá, aceita minha mão estendida pra você e a segura e me deixa segura, como sempre deixou.
Hoje eu senti uma saudade danada de você, Deus, por isso vim te pedir de novo e mais uma vez: Fica comigo e me dá hoje aquele abraço gostoso, que limpa meus olhos e faz com que eu veja o mundo melhor?


Amém.

My Savior My God By Aaron Shust

Camila Lourenço