quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Site novo na área

Enfim chegou o dia! O site novo está no aaar!!
Aguardando todos vocês por lá


Sejam todos muito bem vindos. 

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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Último post

Esse é o último post que faço nesse blog.... mas, calma, essa história não acaba aqui.
Meu novo site enfim ficou pronto. (Ebaa, \o/ ). Na próxima postagem deixarei aqui a vocês o endereço e convite para entrar (e ficar) na minha nova casa.
Quero agradecer a todos os milhares de leitores que sempre estiveram aqui, os blogueiros e blogueiras desse Brasilzão de meu Deus com quem fiz amizade a aprendi admirar (sim, esses daí da minha lista de blogs de cabeceira).
Quero agradecer, de verdade, a cada um de vocês. Escrever é desaguar o peito. É libertar-se do melhor e pior que há em si e "usar" os olhos alheios como ombros, despensa de esperança, fé e amor.
Obrigada. Vocês foram meu ombro várias vezes, meu abraço, a direção pra onde soprei minhas melhores energias também.
Chegou a hora de dar um novo passo. Um ciclo se fecha e outro se inicia.
Comecei isso aqui menina e estou "terminando-o", mulher.
Assim que eu terminar de organizar o novo conteúdo (que sim, continuará tendo textos como os publicados aqui), posto o endereço pra vocês.
Todo o arquivo desse blog estará no novo site e espero vocês lá pra continuarmos trocando energias positivas, momentos e aprendizados.
Arte, música, pessoas que inspiram, dentre outras coisas vêm por aí.

"Feliz ano novo" pra nós.

Beijos.
Camila lourenço

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quando me descobri rica


"Já te falei que por falta de amor você não morre."
Jair do Cavaquinho


Era um dia daqueles. Daqueles que a gente acha que não vai suportar, que o peito parece explodir e o mar ganhar novo nome: nossos olhos. Estava eu no meio do vendaval quando eles começaram voar ao meu redor.
Um passou bem pertinho do meu rosto, o outro, deixou um recado no meu espelho, o outro, usou da nossa tecnologia pra me contactar.
Eu sabia da existência de cada um, mas perdia muito tempo olhando pra onde não estavam. No entanto, apesar da minha total apatia diante da grandeza de todos, nada disso foi dado como veredito de condenação naquele momento, naquele dia que deles eu tanto precisei. Um a um eles foram surgindo, sem convite e sem saber que eram o socorro. Nesse dia entendi que anjos também são mágicos e têm o poder de iluminar os tesouros escancarados que possuimos e as vezes esquecemos.
Meus anjos não moram no céu, muito menos são perfeitos e imortais. Meus anjos atendem por família e amigos, que quando o chão treme sob meus pés, me pegam pelos braços e me levam para o céu, pra que eu possa ver, de lá, lá de cima que lindo castelo é esse meu. E lá daquele alto eu vejo e entendo que uma ou outra coisa pode até desabar, que as torres podem cair, que a seca pode destruir, mas que há sempre muito, muito, muuuuuuito mais do que os pequenos tremorezinhos que hora ou outra nos atingem.
Lá do céu, de onde esses anjos me levam, todo resto se torna só resto e a grandiosidade da vida, em toda sua complexidade e simplicidade se faz dádiva, independente da estampa que esteja vestida.

Verdade, Jair. De falta de amor eu não morro mesmo.

Camila Lourenço

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mantra

Livre mesmo a gente descobre que é quando sente no peito a capacidade 
de continuar de pé, apesar de qualquer "apesar de".

Como o vento,
Como a água,
Como a vida,
Vai passar.
Como a idade,
Como o inverno,
Como o verão,
Vai passar.
O desespero dá lugar pra paz quando entendemos que na vida, além da vida, nada é eterno. Nem a alegria, nem a dor.






Camila Lourenço




segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Tá chegando!!!


Bom dia, galera!
Tá chegando o dia que meu novo site entrará no ar. Tumtumtum! rs
Muita coisa aconteceu na minha vida desde que comecei com esse blog, como já contei aqui algumas vezes. Minha vida mudou em vários sentidos e em algumas áreas importantes as mudanças vieram através do blog (minha vida profissional, por exemplo). Através do blog também me encontrei (em vários sentidos), oscilei e me perdi em tantos outros e tornei a me encontrar. Enfim, muita coisa aconteceu nesses quase 3 anos. Atualmente entrei pra escola de Teatro, estreio em novembro em um musical (e publicarei a intimação aqui pra TODOS vocês comparecerem, rs) e claro, eu quis trazer tudo isso pra esse espaço também e abrir espaço para outras pessoas se encontrarem e exporem suas opiniões. O novo blog terá uma coluna pra quem quiser escrever sobre temas da nossa sociedade no geral. Teremos também o momento talento e muita gente e projeto bacanas serão divulgados nesse espaço (se já quiser fazer parte da primeira remessa de talentos divulgados, envie seu vídeo ou fotos da sua arte para: camilalourencosilva@gmail.com. Claro, haverá um processo de seleção, mas garanto, teremos muitas surpresas boas).
O blog, que começou como um espaço despretensioso e pessoal agora vai ganhar novas funções, novas propostas.
Continuarei com as postagens de textos, mas agora teremos mais coisas, beeeem mais coisas, com alguns diferenciais que alcançarão vocês também.
Agora é contagem regressiva. Logo volto pra apresentar minha nova casa pra vocês, NOSSA nova casa, né? Porque há tempos que esse blog deixou de ser só meu e passou a ser nosso.

Beijos!


Vem aí: DAS RUAS!

Olá, pessoal.
Já pegando o embalo de uma das pegadas do novo site/blog (que tá quase saindo), deixo aqui a dica/convite cultural da semana.


"As ruas de Goiânia, que outrora dividiam sua arquitetura Art Déco com o expressivo verde das toscas mangubas de troncos ocos, nos dias atuais recortam parte de seu cenário com a arte subversiva, composta por uma trinca de cabras que fazem as pessoas entortarem as mentes com suas ações. Ao perambular pelas vias da cidade, você pode se deparar com um finése adesivo de “Cora Coralina Is Dead” e perceber que o sarcasmo daquele escrito vai além, e que a lapada com vara de amora nos bons costumes e na preservação do provincianismo goiano é evidente. O delicioso lambe “Eu Sou O Marginal Botafogo”, escrito com letras de grapixo, faz você pensar que está à margem de várias situações que acontecem na cidade, mas que os verdadeiros marginais são aqueles infames viciados “filhos do césio”, esquecidos, que fazem das pontes da alameda seus nobres abrigos. E o que dizer daqueles raparigos sem classe e das donzelas sebosas que se enraizaram ao longo da Avenida Goiás? Talvez nem saibam, mas são eles uma das inúmeras representatividades que o instigante “Pessoas Soltas” causa em quem se depara com a mensagem. Pra quem enfrenta o caótico trânsito goianiense, quando se depara com uma Bastet imponente numa similar placa de trânsito pregada num ponto de ônibus tosco e mal conservado, questiona desde a imagem provocante da deusa até a real intenção do autor para aquele feito. O Buda, também simbolizando uma placa sinalizadora, pode passar a mensagem de calma, numa rotina de veículos cada vez mais violenta, ou também a clara ideia de que acredita-se naquilo que é visto, seguir as orientações é um mero detalhe. Na correria safada diária, ao se deparar com um jovem torcedor do ilustre Goiânia Esporte Clube, trajado com o uniforme do mesmo, de capacete majestoso e cores fortes, a sensação de nostalgia e admiração é imediata, lágrimas podem escorrer pela face sem cerimônia. Expressões destacadas de velhotes em armários telefônicos localizados em calçadas de esquinas do centro e moiçolas de feições joviais em paredes imundas, cortam o seu deprimente hábito de ir e vir, fazendo das intervenções uma bela democratização da arte.

Os autores dessas belezuras citadas, do it yourself de servente competente, são os diplomatas Oscar Fortunato, Marcelo Peralta e Diogo Rustoff, que compõe o belo time de quermesse da exposição DAS RUAS, que faz parte da programação do Festival Vaca Amarela 2012, o qual chega neste ano em sua 11ª edição. A exposição parte de fora para dentro, ocupando a Fábrica Cultura Coletiva, trazendo a expressão das ruas para as paredes de concreto. E você que já teve algum tipo de contato com essas intervenções, essa é uma ótima oportunidade de conhecer todo o círculo de criação e confecção, que se expande no processo de toda essa cabarezagem, bater um bom lero com os cabras e conhecer mais trabalhos desses artistas que mudaram a minha e a sua forma de pensar nos dias quentes desta linda cidade. DAS RUAS, a ocupação dos desabrigados em prol da construção da cultura subversiva goiana."




Texto: Genor
Mais informações: http://plusgaleria.com.br

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sobre pequenos anjos



Eu me faria uma galinha pra te ajuntar debaixo das asas.
Uma leoa pra caçar e te dar de comer.
Uma onça pra te proteger.
Uma super-heroina pra te salvar.
Mas, você, sem ter asas como uma ave, ou força como um leão, ou o instinto de uma onça ou super-poder do Super Homem me salva do ceticismo do mundo a cada vez que me sorri e olha para as mínimas coisas como se fossem as mais lindas paisagens do universo.
Com sua boca desdentada que engole as mãos com a mesma vontade e deslumbramento com que absorve cada novidade que a ti chega, me ensinas mais da vida que os anos no banco da universidade. E eu te dedico essas letras agora pra daqui alguns anos possas ler e saber que um dia já o mundo a você pareceu mágico e cada vez que essa magia refletia no seu olhar um pouco do meu mundo se salvava da condenação total de vestir-se sempre de igual.
Quando de braços abertos e indefesos se encaixaste  entre meus seios, sem procurar proteção conseguiste desenhar nos meus olhos as cores de um mundo que pode sim, ser bom, sim.



Para Henri Gabriel,
meu sobrinho,
meu pequeno anjo.


Camila Lourenço

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pelo direito de ser mulherzinha


É, pois é, pois é. Os tempos mudaram, "vestimos" calças, conquistamos a presidência das empresas e da República. Diminuímos o tamanho do cabelo, da roupa e do medo. Votamos, reivindicamos, sustentamos. Pagamos conta, moramos sozinha, temos filhos, não temos filhos. Muita coisa mudou e hoje nós mulheres trazemos sobre os ombros as conquistas e consequências de nossas conquistas. Hoje temos que ser fortes, duras, sensuais e independentes. E, SOMOS, mas, eu quero deixar aqui um apelo: NOS DEIXEM SER MULHERZINHAS.
Se você não é mulher, não vai entender como é um saco ter que fingir que adora esse negócio de pegar e não se apegar. Não vai entender também que apesar de transarmos porque queremos, rola sim uma vontade e necessidade de ser tratada com cuidado e carinho no dia posterior.
Se você não é mulher, também não vai entender como faz cócegas no coração um elogio inesperado, ou uma ligação de boa noite. Talvez não entenda também que nos importamos sim com algumas coisinhas que fingimos não nos importarmos. Claro que você não vai entender. Nem mesmo nós entendemos.
Durante muito tempo, muitas de nós ficamos presas à obrigatoriedade implícita e inconsciente que precisamos ser fortes, modernas, desapegadas e fomos. E enquanto fomos o nosso melhor lado, o lado humano e sonhador, o lado feminino, morreu um pouquinho asfixiado dia após dia.
Nesse "adapte-se" aqui, "supere-se" acolá, "seja forte" ali fomos nos perdendo. De nós e presa a tanta coisa que o mundo e nós mesmas nos cobramos de ser, acabamos nos esquecendo que a vida pode ser mais leve. Então, pelo direito de ser mulherzinha hoje escrevo.
Entenda: vamos continuar chorando por motivos bestas na TPM (e as vezes fora dela também) e isso não quer dizer que sejamos fracas, apenas que as vezes, sentimos demais. Perceba que somos sim as independentes que vocês acham que somos, mas que um colo e abraço em um dia tenso nunca será por nós visto como um presente ingrato.
Temos desejo. Sangue correndo nas veias e é pra nós um feito quase heroico cada vez que cedemos a eles, mas que, sim, amargamos muitas e muitas sensações inconscientes quando assim o fazemos sem ter no fundo algumas certezas que gostaríamos.
E nós,mulheres,entendamos de uma vez que não é preciso burlarmos crenças e valores que sempre nos acompanharam somente porque a sociedade nos grita "deixe de ser brega. O que que tem ser assim?".
Quando nos aceitamos e aceitamos inclusive o que realmente não têm a ver conosco, tendemos a nos colocarmos no nosso ponto exato no mundo, que por estarmos onde realmente queríamos estar, deixa de nos sufocar.
Então, pelo direito de ser mulherzinha, de se permitir mulherzinha hoje eu grito.

'De tantas mil maneiras que ser mulherzinha pode ser, estou certa que várias dessas irão nos agradar."




Camila Lourenço

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O que é aventura?

A resposta veio rápido quando lhe perguntaram: 
O que você quer?
A sorte de uma vida vestida de vida 
e todo amor que houver nessa vida.

Nada das emoções oscilantes dos filmes, ou o falso céu/inferno das novelas globais.
Com o tempo entendemos que a cena pra brilhar é o dia, que se veste de novo a cada manhã e estende o tapete vermelho pra passarmos quer seja como protagonista, coadjuvante, maltrapilho, fina estampa, bem resolvido, inseguro ou qualquer personagem que queiramos nos vestir. O tapete vermelho do dia recebe com a mesma atenção o quer que queiramos ser.
Que serventia teria todo ouro do mundo, as aventuras dos melhores filmes se a rotina a nós parecer bicho papão?
O rio só é rio porque a água decidiu continuar seu curso. Faz parte da rotina da água do rio fluir e fluir e só. E nessa rotina simples surgem as grandes aventuras, como moldar uma pedra aqui, ser uma queda d'água acolá.
Aventura mesmo é levantar da cama, ler os noticiários, se revoltar, se indignar e ainda assim conseguir notar a beleza da paisagem no caminho pro trabalho. Aventura mesmo é trocar de emprego quando não está satisfeito mesmo já tendo passado dos 40. Mudar pra cidade que sempre quis desde criança. Tirar férias com a família; divorciar depois de reconhecer que o tempo de andarem a mesma estrada acabou e casar de novo por entender que o amor se veste de único em cada pessoa. Aventura é arriscar amar mesmo depois de descobrir que o amor não é algo tão simples como contavam. É chamar aquela garota pra sair de novo mesmo não tendo certeza do sim. É começar um projeto novo. É organizar a vida, dividir o tempo. Aventura mesmo é colocar as dívidas no papel e encarar o fato de que não dá pra transformar sonhos em metas se damos passos maiores que as pernas. Aventura é ir de ônibus para o trabalho e mesmo assim conseguir conservar o bom humor. Aventura é conseguir enxergar o que tem de bom na vida e agradecer por isso. Aventura é cair em si e ver que viver reclamando é uma moda pra lá de porre e idiota. Aventura é parar de se boicotar e fazer a dieta que sabe que precisa. É ver a si como é e ainda assim, se gostar e se perdoar. É tentar, fracassar e tentar de novo, por entender que cada fracasso é apenas o sucesso dando uma dica de como não fazer. Aventura é parar de sobreviver e começar viver.
Aventura é aceitar que a vida é sim roteiro de cinema, mas com muito mais pormenores do que cabem na telona.

Camila Lourenço



terça-feira, 31 de julho de 2012

Do que nos ajuda ficar de pé

Todo mundo tem os pilares nos quais se apoia quando a coisa aperta, né? Eu tenho os meus e vou compartilhar dois.
Quando a coisa tá lascada e eu tomo consciência da nossa solitude no mundo e da real presença da ausência em mim, eu sento num parque, ouço Fix You e finjo que é Deus cantando pra mim.
Meu segundo pilar é esse texto do Jobs. Ele sempre me encantou, desde a primeira vez que ouvi e sempre, sempre que releio vejo e sinto coisas diferentes.
Então, caso algum de vocês precise de um pilar também, deixo aqui esses dodóis do meu coração pra vocês.

"Você tem que encontrar o que você ama"

Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18 meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina.

Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.”

Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de seis meses, eu não podia ver valor naquilo.

Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria ok.

Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.

Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.

Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.

Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.

De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.

E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.

Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício].

Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa.

A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple.

E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple.

Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.

Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.

Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.

Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.

Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para “preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.

Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.

Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.

Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.

O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.

Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.

Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.

E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.

Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.

Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.

Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:

Continue com fome, continue bobo.”

Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos."


Steve Jobs

Quando a gente aprende a ser livre



Eu vi aquela menina no chão e meu primeiro impulso foi correr ao seu encontro e dar-lhe um abraço e dizer que seja lá o que a tivesse feito chegar àquela situação, iria passar. Mas, por bom senso e tantas outras coisas que o mundo prega, deixei essa responsabilidade a quem de fato devesse, que, não era eu. Talvez ela sequer aceitasse minha ajuda e não valia  a pena correr o risco da rejeição. Isso aconteceu várias vezes. Aquela moça insistia em ficar na rua onde eu passava. Todos os dias a encontrava lá, maltrapilha, com uma cara de choro e olheiras herança de noites mal dormidas. Sentava no meio fio e parecia ser ali seu santuário escolhido pra ver o mundo passar. O altar escolhido pra deixar seu coração desaguar. Um dia não aguentei e fui até ela. Sentei no meio fio ao seu lado, segurei suas mãos. De cabeça baixa ela estava, de cabeça baixa continuou. Lhe dei um abraço assim, sentadas mesmo e lhe sussurrei ao ouvido; vai ficar tudo bem.
Ouvindo aquilo, ela levantou a cabeça pra colocar nos meus aqueles olhos marejados e qual não foi meu espanto ao encontrar naquela face nada mais, nada menos que a minha face.
Nos abraçamos e naquele momento todo amor do mundo que por anos a fio doamos ao mundo, nos inundou. Como era difícil encarar aquela menina linda porém tão mal vestida,tão desacreditada e tão descrente e reconhecer que era eu mesma. A levantei, levei pra casa, dei banho, passei o melhor óleo e perfume, a deitei na cama e lhe abracei de conchinha como ela - eu - tanto gostávamos. Ela pareceu dormir pela primeira vez em anos. Eu, também. Acordei o dia já estava alto e eu, sozinha na cama. A menina irriquieta e triste havia enfim encontrado seu rumo. A moça maltrapilha que queria tanto que o mundo a visse encontrou o que precisava: os olhos e amor de si mesma sobre si e enfim teve paz. Tivemos paz.
Ela, eu, que procurávamos tanto alguém que nos salvássemos de nós, encontramos: nós mesmas.

Tarefa insana é buscar fora o que está dentro.
Impossível amar sem antes, abraçar a si.
Se amar é também se libertar.

Camila Lourenço

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Quando o inverno é mais que uma estação


Eu conto os dias, amor. Conto pra saber quanto falta pra primavera. Eu sonho todos os dias com o dias ensolarados e perfumados pelo cheiro das flores, o sol banhando a minha janela, vindo me beijar todo faceiro. A cidade colorida pelas flores multicores. Eu conto.
Conto os minutos pra não ser mais preciso abraçar aquele urso velho já encardido da cama. Sim, eu conto. Conto os dias pra trocar a minha trilha sonora artificial da natureza pelo cantar dos pássaros. Porque sim, meu bem, até eles se calaram nesse longo inverno que se faz sem você.
Eu conto as bolinhas de neve que caem do céu, faço bonecos, anjos e até me divirto, mas eu conto as horas. Eu me distraio com o tic tac do relógio escorregando pela neve. Eu fecho os olhos e no vento frio que rasga minha pele, eu imagino você, me esperando de braços abertos no final da montanha, com o sol nascendo nesse sorriso e aquecendo minhas mãos já roxas pela intensidade do frio que faz quando seus braços não estão sobre os meus.
Sim, amor. Eu conto os dias, querido, e as vezes, me dói contar, mas veja você, eu já sei até ficar de pé no esqui sem cair e sem ajuda.
Enquanto o avião da felicidade não traz você eu aprendo passar creme no rosto pra que ele não resseque enquanto aprendo sorrir sem seu sorriso. Mas, conto. Conto os dias pra você vir fazer parte da minha estação. Conto da vida pra mim, que veja só você, sobrevive a sua ausência, mas não com o mesmo calor.




Camila Lourenço


Embriaguez


"Você tem gosto de wisky quando me beija"
|Lady Gaga|

É por isso que eu gosto de ficar pendurada nessa sua boca. Você ri e me chama de louca, tarada. Mas é que esse nectar que nossos lábios quando juntos, produz, me embriaga e eu sinto vontade de bebê-lo até trocar as pernas, até me perder nessa rua da nossa história e dela não sair nunca mais.
A rua, você, eu e a embriaguez dos nossos beijos.
"Você tem gosto de wisky quando me beija" e eu estou louca pra ficar bêbada. Não pare.



"Yoü and I - Lady Gaga"

Camila Lourenço
Publicado originalmente dia 17 de agosto de 2011.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Até que a morte os separe"



Nove anos após a 2º guerra mundial, numa cidadezinha do interior de Goiás, que nem sequer era registrada como município, uma jovem desembarcou de mudança. Havia perdido a mãe quando criança e tido uma dificuldade enorme em se adaptar ao novo lar que o pai constituíra. Acabara de completar 16 anos e resolveu arriscar uma nova fase na vida, indo viver com a avó no interior do interior de Goiás.
No dia de sua chegada, ainda descendo a mudança, sentiu que alguém a observava de longe. Olhou. Era um jovem  e simpático rapaz. Ela sorriu por dentro e continuou descer suas coisas, que eram poucas, com um sorriso bobo no rosto daqueles de quem tem esperança numa nova vida. Depois de instalada, logo fez amizade na pequenina cidade. Era bonita, risonha e não havia tantos habitantes assim para que fosse difícil qualquer amizade frutificar. Lembrou-se daquele jovem rapaz que a olhara e passou saber sobre. Descobriu que o jovem era namorador, não firmava com ninguém mas que era de boa índole, apesar da mania de colecionar namoradas. Respirou fundo, deixou pra lá. Os rapazes da sua nova terra logo a notaram e começaram os cortejos. Já estava até pensando em ceder a um e engatar num namoro, quando chega em casa um dia e dá de cara com ele, o "rapaz da mudança". Sentiu as pernas bambas. Sorriu, cumprimentou e foi pro interior da casa, já que não podia ficar sozinha na sala com um homem. Encontrou sua tia, alguns anos mais velha, comentando sobre o rapaz que estava na sala, não prestou muita atenção, aliás, sequer conseguia pensar direito. A cabeça estava um turbilhão. Quando todos estavam na sala, voltou, trocou alguma conversa com o jovem e logo depois ele se foi. Poucos dias após a visita, encontrou o jovem na pracinha da cidade e os dois engataram numa conversa. O jovem era simples, tinha em comum com Jesus a profissão (era carpinteiro), tinha vários irmãos, sorria fácil. Lhe contou das suas histórias de infância, sobre como os irmãos haviam milagrosamente não sido selecionados para a guerra. Contou da sua visão do mundo. Em determinado ponto da conversa o assunto descambou sobre namoros e ela comentou com ele sua fama de garanhão. Ele sorriu, disse que talvez não tivesse encontrado a certa ainda, e ela: "Então, que tal tentarmos?" Ele a olhou espantado. Era pleno 1954 e ele não conhecia uma mulher sequer que havia chamado algum homem para namorar. Olhou-a novamente, com aquele cabelo preto voando ao vento, aquele sorriso frouxo no rosto, e aquele olhar fixo encarando o seu. Era linda. Pensou: "Porque não? Ao menos coragem ela tem!" Engataram um namoro que durou um ano.
Ele implicou com o jeito dela andar e ela com o seu pigarro, ele aprendeu ouvir música calma e ela a suportar moda de viola. Ela aprendeu gostar de política e ele começou entender de retalhos. O "colecionador de namoradas" agora tinha olhos só pra uma e em 1955 a pediu em casamento. Dia 01 de junho de 1955 o casal selou o namoro às avessas e começaram uma história que completa esse ano 57 anos.
Do pedido de namoro da moça corajosa surgiram 10 filhos, 23 netos e 17 bisnetos.
A mulher de coragem se chama Maria Divina Lourenço e o melhor homem do mundo (pra mim) se chama Eliel José Lourenço e são meus avós, os dois seres que me ensinaram que amor existe e que dá certo quando aprendemos nos respeitar, e aceitar que ninguém é perfeito.
Porque o senhor e a senhora acham que o casamento de vocês duraram, vó e vô? (eu pra eles)
Minha vó: Porque a gente aprendeu tolerar e respeitar um ao outro.
Meu avô: Porque a gente casou pra VIVERMOS juntos. Na "bondade e na ruindade".


 "O amor não é uma guerra, 
mas é algo pelo qual vale a pena lutar."
Warren Barfield 

"Somos da época que se uma coisa estraga a gente não joga fora. A gente conserta."




Warren Barfield - Love Is Not A Fight

Camila Lourenço
No dia dos avós, não tinha como não republicar a história dos meus heróis.
26  de julho - dia dos avós.

Felicidade é um lanche de bacon



Ou uma salada temperada com limão
Felicidade é ter sua própria janela acesa num prédio de dez andares.
Felicidade é descer do ônibus sozinha, num país desconhecido.
Felicidade é estar só e gostar disso.
Felicidade é deitar na cama e ler um livro transportador,
comer salgadinho de pacote sabor queijo.
Felicidade é fazer isso quando se tem outras mil coisas a fazer.
Felicidade é entrar numa livraria e ter o dia todo para escolher um livro.
Apenas um.
Felicidade é abrir a boca e soltar um suspiro de supresa a cada página desse um livro.
Felicidade mesmo é escrever um bom texto e ouvir dizer que gostam.
É gostoso gostar de alguma coisa e ser gostado.
Felicidade é isso também.
Felicidade é encontrar a melhor amiga e falar mal do mundo.
Rir por isso.
E ainda desejar o bem para quem quer seja.
Felicidade é dormir com a cachorra do lado,
sentindo seu pulmãozinho minúsculo se contrair,
o sangue quente passando por suas perninhas.
Felicidade é sentir a vida assim tão de perto.
Felicidade é ouvir Oh Darling e cantar em alto bom tom, afinado ou não.
Cantar para a vida
Oh darling, please believe me, I'll never do you no harm!
Felicidade é querer fugir e ter para onde ir.
Felicidade é querer fugir e não ter onde se esconder,
mas ter coragem para ir mesmo assim.
Felicidade é quando o dia de chuva é o dia da preguiça.
Felicidade é dormir tarde contando histórias de terror.
Felicidade é dormir tarde contando qualquer história boba.
Felicidade é o segundo que antecede o primeiro beijo.
Felicidade é ter alguém que cuide de você,
segure seu cabelo quando você estiver colocando a bíle pra fora.
Felicidade é ter alguém para te fazer um chá em noites que a tristeza é tão forte que dói.
Felicidade é poder falar para você mesmo: está tudo bem.
E acreditar nisso.
Felicidade é fazer alguma coisa pela primeira vez.
E acertar.
Ou não.
Mas gostar de ter feito.
E querer fazer de novo.
E de novo.
Felicidade é o reflexo do sol no mar.
E o silêncio.
Felicidade é a praia de manhãzinha e aquele clima de que tudo pode ser.
Felicidade é a chuva te fazendo dormir e o céu azul te fazendo levantar.
Felicidade é fazer o que se quer.
E estar bem com isso.
Felicidade é passar base,
passar pó,
passar rímel,
blush e batom,
vestir a saia, calçar o salto
e arrancar tudo na mínima vontade de ficar em casa.
Felicidade é deitar na cama e respirar fundo até sentir o coração descolando da costela.
Felicidade mesmo é aceitar o que você gosta,
e não o que deveria gostar,
seja um livro bobo,
uma música ruim,
bingo no sábado à noite.
Simplória,
você me diz, menina simplória isso que você é.
Simplória na dor,
simplória na cor.
Mas felicidade não é ser.
Felicidade é estar.

Autora: Minha xará, Camila Lourenço
(Alguns textos simplesmente não dão para não serem compartilhados.)

O ciclo vicioso do ódio

Basta uma rápida conversa em qualquer turma, quer seja online ou na vida real para notarmos o ódio implícito e fragmentado nos diálogos. O brasileiro, o mundo em si, tem sede de justiça e a manifesta de várias formas. Alguns vão para a rua lutar por seus ideais, outros descontam suas frustrações por ver que a vida não é bem como imaginava em doses de ironia, sacarmos e violência verbal aqui e acolá, e outros partem para o linchamento, quer seja literalmente ou na simples defesa da aplicação do pensamento  “olho por olho, dente por dente.”

Continue lendo aqui; http://www.aredacao.com.br/coluna.php?colunista=56

terça-feira, 24 de julho de 2012

Dando as caras

Olá, meus queridos
Apesar da ausência, não, eu não me esqueci de vocês, tampouco desisti de continuar com o blog. é exatamente o oposto.
Como já contei há alguns dias, o blog vai mudar e estou fazendo os últimos ajustes para apresentá-lo a vocês.
Não conseguirei colocá-lo no ar antes de fim de julho, conforme previsão, mas ele está quase pronto.
Todo o conteúdo daqui será conservado e continuarei a postar textos, a diferença é que agora o blog terá muuuuita coisa a mais pra vocês.
Espero francamente que gostem.

Um beijo,
Camila Lourenço

quarta-feira, 11 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

União



Há um riso bobo que se pendura no peito sempre que teus olhos desnudam os meus. E como raio de sol no último dia de inverno, derrete o gelo e abre espaço para as flores sorrirem.
Há uma mão que me resgata da submersão e me traz a tona para respirar. E não é a sua, é a minha. E a cada golfada de ar que rasga meus pulmões eu inspiro melhor o perfume que tua pele canta pra minha. E quando o frio da distância em minha carne toca, um casulo forte a quem carinhosamente apelidei de confiança me nina e deita comigo ao dormir. E quando sua mão enfim consegue alcançar a minha, até a tempestade do mundo lá fora se cala e naqueles instantes há apenas você e eu e seu olhar pintando minha noite de estrelas e fazendo a lua mais linda nascer na retina do meu olhar. E aí pouco importa o mundo, o barulho ou o vento rasgando minhas roupas, guardada em teu beijo eu te encontro, você me encontra e nos damos conta que nem todos os dias são de festa, mas que há sempre motivos para celebrar e que escrever a vida com as mãos unidas é um dos maiores deles.


Serei teu porto quando a chuva forte desabar,
tua dama quando a vida oferecer a música para dançar,
tua amante quando o desejo fizer tua pele queimar
E minha, pra poder ser tua
Pra que meu coração pra sempre saiba como conjugar bem o nosso verbo amar.

Camila Lourenço

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O encontro


Ficou vários minutos parado observando aquela figura.
Observou o corpo, a expressão, o cabelo e até mesmo as rugas. Enxergou ali alguém cansado mas de uma vivacidade tão grande que contagiava. Emanava vida daquele meio sorriso que parecia estar sempre pendurado naqueles olhos. Não observou roupas, deixou-se hipnotizar somente pela alma. E ali, olho no olho sentiu crescer uma admiração crescente e grande por aquele ser humano sem armaduras que conseguia ver através daquela alma, e num ato carregado de amor, coragem e toda sorte de sentimentos bons, deu um passo adiante e ofereceu o que sempre havia cobrado do mundo, pessoas e vida: amor. E fechando os olhos se inclinou  e sentiu na boca o gelo do toque. Retirou os lábios, deu um sorriso. Olhou novamente pro espelho e naquele momento sim, o início da sua vida existiu.




Camila Lourenço

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Desapego

Desapegar da dor é entender que a felicidade tem roupas que desconhecemos e que apesar de não ser exatamente como esperávamos, ela sim, nos encontra.





Camila Lourenço

Sobre o ciúme e outras (des)graças

Desapego é como milagre: 
Faça sua parte que acontece.


Creio que as vezes nos esqueçamos de quem somos. As vezes o espelho quebra, a memória falha, os olhos fundem e o amor próprio tira férias.
Aceitamos coisas que não precisamos aceitar, choramos por quem e pelo quê não deveríamos chorar. Nos sujeitamos a sentimentos bobos de pequenez e nos esquecemos que somos o que quisermos ser, e podemos ter o que quisermos ter.
Ciúme e falta de confiança - em si, nos outros -  são coisas super comuns de se sentir e geralmente surgem em épocas nada estáveis da auto-estima. Medo de perder, raiva, descrença por essa ou aquela atitude. Vemos pessoas que antes sequer conhecíamos com o dom eterno de nos fazer felizes e não enxergamos que todo o "poder" que a elas foi dado, partiu de nossas mãos e que esse mesmo poder morre também no exato momento que decidimos que assim o será.
Trazer à memória que não importa onde ou com quem estejamos, estamos porque queremos, faz toda diferença para entendermos que da mesma forma que entramos, podemos sair se assim o quisermos.
Bem diz vários textos e teorias que o que amamos na verdade, é o amor, e que projetamos no objeto amado toda a expectativa que criamos no decorrer da vida. É necessário, no entanto nos lembrarmos que sim, amores vêm e vão. Que amar é uma escolha e não amar, também. Que pessoas são sim substituíveis e que o que faz cada um ser ou não especial e/ou inesquecível é também a forma como deixamos que penetrem em nossa alma e que cabe a nós decidirmos sim, até que ponto queremos e vale a pena ir.
Cabe a nós enxergarmos que o mundo é bem maior que todas essas pequenices e abrirmos os braços e vivê-lo, independente de qualquer coisa ou de quem quer que seja.
Se o mundo acabar hoje, estejamos dançando... independente de quem conosco baila.
E aos que de todos esses males padecem, um alento: uma hora você cansa e abre os braços pra vida.
Limpe o espelho, vista seu melhor sorriso. A vida não pára e a música está tocando: vá dançar.
Nos amemos melhor para amar melhor.

Camila Lourenço

terça-feira, 3 de julho de 2012

Só por hoje


"Nosso mal é tatuar no braço o “Carpe diem” e esquecer de tatuá-lo na alma, no coração.'

Só por hoje eu não vou me prometer nada. Nos prometer nada. Só por hoje eu vou apenas viver.
Só por hoje eu vou viver o agora sem os fantasmas do passado ou os medos do futuro.
Só por hoje.
Só por hoje eu vou absorver sua essência humana com a consciência decente de nossas limitações.
Só por hoje eu vou te amar sem pensar no tempo, sem correr no encalço da perfeição.
Só por hoje darei as mãos à você e sintonizadamente unidos, celebrarei a vida.
Só por hoje "serei o que sou no instante agora onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa. Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada são coisas distintas separadas pelo canto de um galo velho."
Só por hoje eu vou nos fazer e ser feliz até que chegue a noite e embale meus sonhos e amanhã eu recomece todo o "só por hoje" mais uma vez.



 Camila Lourenço

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sobre o verbo amar


Leva tempo, mas uma hora a gente entende. Entende que o amor pouco ou nada tem a ver com a satisfação primeira, única e exclusivamente nossa. Entende que qualquer relacionamento se torna eterno se sua base tem como estrutura a amizade. Entende e aceita que o amor também é sinônimo de renúncia e compreensão e absorve por fim que não é amor aquilo que não nos permite aceitar as pessoas como elas são.
Leva um tempo mas a gente aprende que amar é mesmo coisa pra fortes. Fortes não porque nunca caem ou se machucam, mas sim porque jamais desistem de tentar.

Camila Lourenço

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sobre o Intermídias

Como contei pra vocês, hoje 'o blog" (a minha pessoa) esteve no painel de blogueiros do Intermídias.
O painel foi muito bom e gratificante e lá foi levantado uma questão: o tempo médio de acesso ao blog. O meu blog não é minha ferramenta de trabalho, então, não o escrevo para as pessoas ficarem horas aqui, ou pra ganhar dinheiro com isso, muito menos olho o analytics sempre (aliás, em se tratando do meu blog, faço isso geralmente mensalmente, quando lembro e há tempo) . Escrevo porque gosto e porque também saber que há quem gosta de ler, é um estimulo.
Já produzi muitos textos por mês. Quando o tempo era maior e a inspiração fazia visitas constantes. Esse mês não foi - nem de longe - o meu mês mais produtivo. Escrevi apenas 9 textos em junho, (e esse blog  já teve quase um texto por dia em alguns meses do ano passado). Em épocas de muita produção de textos, é claro, há muita leitura e foi baseada em épocas de muita produção que falei um dado, que no mês de hoje, ele não é realidade e claro, eu precisava deixar tudo claro.
Por via das dúvidas, vou deixar aqui o relatório do analytics geralzão desse mês aqui.
Beijos.
Camila Lourenço
(período de 29/05 a 29/06)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nosso blog no Intermídias

Oi meus queridos leitores,
Acontece amanhã o Intermídias - Congresso e Feira Internacional de Informação, Comunicação e Marketing, e eu participarei de um dos painéis, sobre "blogueiros goianos de sucesso nacional" (ui. rs).
Claro, quero dividir aqui com vocês essa alegria e agradecer. Já estamos chegando a 200 mil visitas totais. Vocês estão sempre por aqui até mesmo quando não há postagem diária e isso não tem preço.
Aproveitando também quero contar a vocês que o blog vai mudar, de nome, endereço e cara. Mês que vem já deverei estar com o novo layout no ar e essa nova versão do blog vem com ainda mais coisas pra vocês. Além dos textos diários, teremos também artigos de jornalistas e pessoas também de outros segmentos além de também ter um espaço reservado para os textos e links do Jornal A Redação. Teremos também um espaço dedicado à divulgação de algumas causas nobres, além de dicas musicais e o que mais me der na cabeça e o tempo deixar.
Quero deixar o meu muuuuito obrigada a todos vocês. Pelos emails, mensagens/comentários e claro, a tão valiosa companhia. Isso aqui já não é mais um espaço só meu, mas nosso.


Camila Lourenço

terça-feira, 26 de junho de 2012

Coragem



Que as feridas não sacrifiquem a esperança do recomeço.
 Nem sacrifiquem a nossa coragem.
Porque coragem é coração que pulsa com a força de Deus.
|Camila Heloise|


Que nos abunde força quando enfim chegar o momento de romper o casulo e voar.
Que a fé, em Deus, em nós e na vida nos cerque e ampare.
E que nos permitamos surpreender, inclusive com nós mesmos.

Camila Lourenço

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Música do dia


Uma banda que gosto muito, Móveis Coloniais de Acaju, está concorrendo ao Top 10 MTV.
A Banda, que é independente e possui ideais lindos como o divulgado há tempos atrás no clipe da música "Dois sorrisos" está no voto popular no site da MTV, concorrendo com a música "Vejo em teu olhar" (no clipe abaixo) que trata o amor de forma pura e simples como ele é.
Tá aqui o clipe e pra quem gostar, eis aqui o link pra votação:
  http://mtv.uol.com.br/programas/top10/vote

Som pro coração

Feche seus olhos. Vou cantar pra você.
Ass: Deus




"Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso em marcha ré.

Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas é desperdiçado.
Pode ser pior?

Luzes te guiarão até em casa
E aquecerão teus ossos
E eu tentarei, consertar você

Bem no alto ou bem lá embaixo.
Quando você está muito apaixonado para esquecer.
Mas se você nunca tentar,você nunca saberá
O quanto você vale.

Luzes te guiarão até em casa
E aquecerão teus ossos
E eu tentarei consertar você

Lágrimas rolam no seu rosto
Quando você perde algo que não pode substituir
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...

Luzes te guiarão até em casa
E aquecerão teus ossos
E eu tentarei, consertar você."

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Item básico


Nos desejo amor pra recomeçar, ainda que seja somente o próprio.
.



Amor pra recomeçar - Frejat 

Camila Lourenço

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Desconectar pra se encontrar

Olá queridos
Enfim consegui me desconectar e dessa vez foi sem sofrimento ou forçação de barra de mim mesma para que isso acontecesse.
Falo sobre isso e a necessidade de as vezes nos desconectarmos para nos encontrar.
Quer ler mais? Eis o link http://www.aredacao.com.br/coluna.php?colunista=56

Bjs,
Camila Lourenço

domingo, 17 de junho de 2012

Saber perder é também se libertar


As vezes fico pensando nas guerras de antigamente, quando os bravos soldados vestiam suas armaduras e empunhados de espada e escudo, saiam a guerra com seu capitão ou Rei a liderar. Imagino a adrenalina do momento, de lutar pela vida, pelo reino ou por um ideal e imagino também como deveria ser a hora de reconhecer a derrota. O capitão olhando ao redor e vendo todos os que lutavam por sua causa mortos ou feridos e mesmo na ânsia de ganhar, de saber que precisava vencer que não poderia recuar, não ter outra opção a não ser desistir.
Imagino também quão triste deve ser a morte por afogamento, com a pessoa lutando com todas as forças para manter-se a tona, tirando força de onde não tem para continuar respirando e de repente ver que não consegue mais se manter na superfície e simplesmente se deixar levar e aceitar a derrota da vida para a morte.
Aceitar a derrota por mais duro que seja, as vezes é libertador. É tirar dos ombros o peso morto de uma guerra vencida. É assimilar e entender que não dá, que é preciso mudar a tática e ir cuidar dos ferimentos ou lidar com uma nova realidade.
Nessas horas cada um recorre ao que crê e a maioria recorre a Deus.
As vezes a vida nos dá o presente dos nossos planos serem os mesmos que o dEle e uma mão em forma de ajuda, vinda não sei de onde surge e toda nossa sorte muda e a derrota certa transforma-se milagrosamente em vitória. As vezes não nos é dado por Ele mesmo outra opção além de aceitar. Aceitar e entender que o fim é também sempre um começo e que de recomeços em recomeços é que a vida, até mesmo na morte, é feita.
Quando conseguimos crer que a vida é uma caixinha de surpresas e conseguimos parar de lutar contra o que não podemos vencer, sentimos a deliciosa sensação  de respeitar o limite do próprio corpo e força. Da aliviante sensação de parar de lutar contra a correnteza. Se deixar levar pelas ondas  é aliviante.
Saber perder é também saber seguir e entender e aceitar que na vida nunca nos é dado outra opção a não ser continuar e que podemos fazer disso, dela - a vida, algo leve e prazeroso ou um fardo triste e incomodo.
O fim é sempre um começo e perder nem sempre é derrota. As vezes só perdendo conseguimos prosseguir.
Saber perder é também se libertar.



Camila Lourenço

sábado, 16 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

(Re)começo


Já fomos e voltamos várias vezes. Você sempre esteve no mesmo lugar e tão somente eu viajei.
Fui até você, voltei. Fui, voltei. Nosso relacionamento teve altos e baixos porque as vezes é muito difícil ter fé.
Fomos até eu explodir. Implodir.
Agora que só restou os cacos, pega e refaz. E fica. E se cola em mim. Quebra teu coração aqui com o meu e refaça os dois juntos, fazendo de dois corações, um só coração.
Deus.... fica.
Chegou o tempo de crescer. Entra em meus ossos e cresce em cada partícula em mim.
Sem a necessidade de espaços ou eventos ou emoções fortes para nos unir. Juntos num tempo chamado sempre.
Fica.
Mora. Aqui.
Fica e grita pelos meus poros, olhos, cabelos, nariz e ouvidos o tempo inteiro que estás aqui.
Fica e (re)faz tudo novo, de novo.

Amém.




"Cada respiração é uma segunda chance."
Camila Lourenço


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Um pedido e 4 palavras


Reza a lenda que o universo conspira a favor quando o pedido é feito com o coração. Resolvi então trocar meus dedos pelo coração antes de te escrever para pedir.


Escreveu um bilhete, enfiou dentro do sapato - dele -  e voou.
No bilhete quatro curtas palavras que guardavam o suspiro de uma vida inteira: Me ama... pra sempre.




Jason Mraz - I won't give up

Camila Lourenço

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Porque te amo



Eu te amo e eu sei que nem sempre há sanidade nisso.
Te amo porque você me faz rir. Te amo porque me faz surtar. (Mentira, não te amo por isso.)
Te amo porque te amo. Te amo porque te odeio.
Te amo porque você me inspira. Te amo porque você dá minha inspiração como comida para a ansiedade.
Te amo porque você me faz bem. E te amo até quando você me faz mal. /o\
Te amo porque seus olhinhos brilham quando me veem.
Te amo porque meu rosto cora quando você me encara descaradamente.
Eu te amo porque você é imperfeito.
Te odeio porque te quero mais do que cabe em mim e te amo pelo mesmo motivo.
Eu te amo porque em você eu sumo. Te amo porque em você me acho.
Te amo porque boa parte disso tudo ainda não vivi.
Te amo porque há coisas vividas entre nós que não preciso contar.
Te amo porque eu quero você na minha lista, seu nome no meu livro, sua grafia no meu corpo, sua mão construindo minha história.
Te amo porque você me termina.
Te amo porque eu te continuo.
Eu te amo porque preciso amar. E eu te amo porque também posso muito bem viver sem isso de amor. eu acho.
Eu te amo porque quero. Te amo porque não quero.
Te amo porque é fácil te amar. Te amo porque é difícil manter esse amor.
Te amo porque você tem cérebro (e o usa).
Te amo porque você me fascina.
Te amo porque te amo.
Te amo porque você existe, e agora, eu sei.


"Porque eu sei que é amor - Titãs"

Camila Lourenço

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Uma questão de escolha



Nunca acreditei muito que amar era uma questão de escolha, até que foi me dada a opção de escolher. Escolhi e entendi: A perfeição está não no amor em si, mas e todo bem que ele traz, quando optamos dia após dia, sermos de alguma maneira melhores pra ter condições de amar e fazer das nossas escolhas o resultado final do que há tanto esperávamos.


Chistina Perri version The Piano Guys

Camila Lourenço

Qualquer canto


Não quero uma casa no campo. Na velhice, quem sabe, talvez.
Quero um apartamento na cidade, com três quartos iniciais. Não precisa ser grande ou luxuoso, só precisa ser nosso. Nosso canto.
Quero você entrando com seus livros, suas histórias. Quero brinquedo de menino no caminho do meu dia. Quero nosso escritório, tão cheio de livros que mais parecerá biblioteca.
Ou, uma casa, não sei.
Com as ruas e seu barulho de carro e sirene, e a casa da vó no interior como refúgio tentador, e a casa da mãe com a comida temperadinha, delícia.
O choro do menino, o riso da criança. O eu te amo antes da última piscadela, o bom dia antes da escova de dentes.
O amor por amor, na cama, na mesa, no banho.
Não preciso de uma casa no campo, nossos rocks a gente comporá enfrentando a vida, construindo história.
Guardarei nosso bandolim na sala, junto da sua poltrona de descanso. Nossa história nos móveis e canto de cada cômodo, nosso amor na cama e no meu corpo.
Ou talvez eu queira uma casa no campo. Ou talvez na cidade, ou talvez um apartamento.
Já não sei mais.
Eu quero o que te tem, porque é esse o elemento que transforma qualquer canto em um canto feliz.

Quero você inteiro e minha metade de volta.
|O Teatro Mágico|



Marcelo Camelo e Mallu Magalhães - Janta

Camila Lourenço