quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Essa coisa nojenta, mas que também atende por mundo



Não sou de fazer esse tipo de postagem aqui no blog, mas tem coisa que não dá pra passar batido.
Recebi hoje de manhã um email que denunciava a UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, meu estado, e foi com aperto no peito, tristeza e revolta que li aquela matéria onde descobri que cães estão sendo utilizados para experimentos no curso de medicina no meu estado. Os cães são deixados sem comida e água enquanto aguardam a vivissecção (A vivissecção é o ato de dissecar um animal vivo com o propósito de realizar estudos de natureza anatomo-fisiológica), outros são jogados sem partes da pele, lançados à própria sorte. E ai eu me pergunto? Que porra de mundo é esse que eu tô vivendo, meu Deus?
Um mundo hipócrita, onde políticos se reunem hoje pra comemorar o tal do dia da árvore mas não têm a coragem de impedir que grandes fazendeiros desmatem dia após dia em nome da economia do estado/país. Em nome da criação de gado.
Um mundo onde alguém lê uma notícia onde cães, ou qualquer outro animal que seja, indefeso, está sofrendo ações assim e ainda conseguem ter coragem de virar pro lado e continuar assistindo seu bom programa de TV sem sequer denunciar.
Um mundo onde fazer algo de bom pela sociedade se resumiu a levar algum brinquedinho para uma criança no natal e passar ileso o resto do ano. Onde ver moradores de rua não pasma mais ninguém.
Um mundo onde temos a ferramenta mais rápida (as redes sociais) para transformar qualquer assunto num viral e transformamos *"Sanduiches de buceta" em tema do dia mas não temos coragem de ficar sequer 10 minutos debatendo ou fazendo algo realmetne relevante para mudar a realidade do país.
Eu, como simples blogueira que sou, não posso ir lá, fechar o local onde esses cachorros estão, nem dar na cara de quem permite que tais atrocidades aconteçam, Não posso tão menos fazer do mundo um lugar menos hipócrita. Nem, retirar a tapas a futilidade do Brasil. Mas posso, usar o meu espaço pra fazer denúncias como essa.
Se esse é o mundo que ficará para os meus filhos, Deus bem que poderia dar uma reiniciada geral.
Que droga de mundo é esse?


Camila Lourenço
Para saber mais sobre o assunto, clique e veja a matéria que originou esse post Aqui
* Sanduíche de buceta foi o tema principal ontem do microblog Twitter.
A Aspaan, Ong protetora e amiga dos animais fechará as portas de uma de suas unidades, por falta de verba. Bora ajudar moçada?Se não, mais cães poderão cair nas garras do responsável maníaco por essa barbárie da UFG. Cliquem aí e contribuam: http://www.aspaan.org.br/



RESPOSTA DA FACULDADE SOBRE A DENÚNCIA:
A denúncia apresentada refere-se a fato antigo, cuja defesa já apresentada pelo Dr. Heitor, então diretor da Faculdade de Medicina da UFG.
A foto e a argumentação apresentadas na época evidenciam como os cães nos chegam, e não como são tratados por nós.
E se "esses seres que não podem falar por si mesmos", assim chegam, é porque a sociedade permite que eles assim se tornem.
Em outras palavras, toda a sociedade civil organizada (ou não) deveria atuar nesse tocante, a fim de evitar que haja ou se perpetue a produção em massa desses animais abandonados pela sociedade;
Os cães vêm do Centro de Controle de Zoonoses de Goiânia, órgão oficial da Prefeitura Municipal, que tem a responsabilidade de controlar a população de cães abandonados pela sociedade, para manter as condições de saúde da própria sociedade, que não se admite, em pleno século XXI, adquirir raiva, por exemplo.
Este mesmo Centro de Controle de Zoonoses sacrificaria esses animais, em condições que nós, da FM-UFG, desconhecemos.
O que nós, da FM-UFG conhecemos é a maneira como os tratamos: são recebidos em ambiente limpo, por tratadores treinados e atenciosos, são tratados com anticarrapaticidas e então encaminhados ao laboratório de práticas.
Nesta etapa contamos com profissional da área (médico veterinário) que supervisiona os trabalhos e cuida para que os ditames éticos, envolvendo animais, sejam cumpridos rigorosamente.
No laboratório de práticas, eles são pré-anestesiados, anestesiados, hidratados e, ao final dos procedimentos, são sacrificados por eutanásia, sem sofrimento em nenhuma das etapas por que passam, e jamais retornam ao canil. Aqui também existe a assistência direta do médico veterinário nos cuidados clínicos e anestésicos dos cães.
O treinamento em animais é etapa fundamental para a formação médica. Nenhum modelo, até o presente, substitui o ambiente cirúrgico reproduzido no laboratório da Técnica Operatória, que deverá ser, inclusive, aprimorado para assemelhar-se mais ao ambiente cirúrgico dos centros hospitalares, especialmente quanto à restrição de pessoal não afeito ao serviço.
Resta-nos saber que espécie animal seria "autorizada" pela denunciante ou pela entidade que ela representa, para esse tipo de aula prática, imprescindível em nosso ponto de vista, ou se deveríamos empregar seres humanos para isso.
A Faculdade de Medicina/UFG franqueia a visitas para órgãos oficiais - promotores para que possa fazer vistorias nas condições de atendimento aos cães. Estas denúncias de 2008 foram todas apuradas pelo Ministério Público e não houve nenhuma restrição para que continuássemos com as aulas.
Esperamos ter esclarecido o episódio e estamos à disposição para novos esclarecimentos.

Prof. Dr. Vardeli Alves de Moraes
Diretor da Faculdade de Medicina da UFG

Atenciosamente,

--
Igor Rodrigues Vieira
Coordenador da Ouvidoria/UFG
Fone: (62) 3521-1149 / 1063
Fax: (62) 3521-1200
ouvidoria@reitoria.ufg.br
www.ouvidoria.ufg.br

2 comentários:

  1. Esse é o ser humano, sem escrúpulos ...

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  2. O mais revoltante nisso tudo é saber que esta prática é mais comum do que se imagina...
    A hipocrisia do ser humano é de dar nojo!
    Obrigada por divulgar! Se conseguirmos mudar esta situação, até os que já se foram nos agradecerão através de Deus.

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Espaço pra seu 'pitaco'!
Bjokaa!