Sabe aquele filme que eu disse que odiei? Eu menti...eu gostei.
Menti também quando não fui profunda ao te beijar.
Menti quando não me entreguei ao te abraçar.
Contei mentiras pra mim quando olhei em seus olhos.
Menti pra você quando me mostrei tão arisca e longe de ser alcançada.
Menti.
Menti quando tirei suas mãos das minhas.
Quando pareci não me importar quando ouvi seu eu te amo.
Menti.
Mas não foram mentiras contadas, ditas. Não, não foram histórias inventadas. Foram mentiras no sentir. Menti quando te privei de mim, quando me privei de você.
Me guardei, me tranquei, me subtrai.
Quando você foi tão mágico me lembrou de um mundo que há muito eu já tinha demolido aqui dentro.
O que importa se você também é uma mentira? Eu tinha que te contar das mentiras que te fiz sentir.
Tinha que voltar, pra te contar que ninguém é tão perfeito sendo imperfeito como você.
Que nenhum nome é tão gostoso de pronunciar como o seu.
Que nenhum abraço é gostoso de sentir como o teu.
Tinha que te contar que entre lembranças, saudades e sonhos, misturo o real com o imaginário, e fica fácil acreditar que você existe. Que pode ser o dono do último beijo que ganhei.
Eu tinha que contar pra você, que todas as vezes que não me permito viver algo, é você que eu perco. É de mim que me perco.
Eu menti quando disse que conseguia respirar fundo e fazer tudo parecer menor do que realmente é.
Menti e me privei tantas vezes que nem sei se você já passou por mim. Se ficou,se demorou, se se foi.
Nem sei se você vai achar essas palavras bonitas ou não. Dá para achar algo bonito quando falta algo? Dá, dá sim, eu sei. Mas, fica assim, com esse gosto de falta, de ausência.
Você está em tudo que faço e vejo, e ainda assim, não conseguimos nos encontrar.
Hoje eu vim pra te dizer que menti. Menti porque tenho muito medo de matar essa vontade de te encontrar, de preencher esse vazio que tem exatamente o teu tamanho. Tenho medo de ficar completa de novo, de ter esse vazio preenchido e o sentido de tudo reestabelecido e depois, ter que aprender conviver novamente com o medo de te perder.
Tenho medo de te ver nas melodias que ouço. De ter do que lembrar quando olho para as ruas. Por isso minto.
Mas eu vim te contar a verdade, só pra você não acreditar em mim quando eu mentir, quando eu disser que não me importo, quando eu disser que sou forte, quando eu disser que essa coisa de amor não é pra mim. É pra mim sim!
Eu vim te contar pra você me salvar de mim.
Camila Lourenço
Muito bom, Camila!
ResponderExcluirParabéns! Gostoso demais ler esse texto. Espero que "ele" ou alguém te salve de você, mas ainda acho que o melhor caminho é você mesma fazer isso...
Beijo!
Dave...
ResponderExcluirVc disse tudo: o melhor caminho sou eu mesma. E tenho tentado o trilhar sozinha...aprendendo, respirando fundo e vendo a cada esquina que sou mais forte do que imagino.
O texto não é direcionado a ninguém, e ao mesmo tempo é.
É direcionado a alguém que não conheço,mas que sei que existe, ou que eu talvez conheça,mas ainda não "reconheci".
Vou continuar tentando me salvar de mim mesma Mas qnd "ele" aparecer,quero que ele saiba que nem tudo é como parece!
Que bom que gostou!
Bom ter sua marquinha neste espaço.
Um beijo grande!
Camila querida!!!
ResponderExcluirMuito obrigada pelos comentários! Tbm te sigo agora....
e olha, as vezes - como hoje - eu tbm queria que alguem pudesse me salvar de mim, pra tbm não cometer tantos erros, não é?
Um beijo
Cáaah
ResponderExcluirEu vi seu rostinho ali na minha listinha querida ( e fiquei muito feliz,diga-se de passagem).
E sim, as vezes, ao menos as vezes, poderia acontecer como nos filmes e simplesmente aparecer a luz no fim do túnel!
Um beijo!