sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enquanto você não vem... eu vivo!

Me vejo inquieta quando sei estar onde você não pode me encontrar.
Não sei onde estás...talvez esteja na próxima esquina a ver os carros passarem.
Talvez esteja no supermercado comprando tomate agora.
Ou quem sabe talvez, seus olhos cruzem com os meus todos os dias, em anonimato.
Mas, mesmo que seu paradeiro não seja meu conhecido, tenho medo de não estar onde você possa me encontrar.
Tudo bem que você talvez não frequente aquele bar onde adoro sentar e ouvir samba raíz.
Tudo bem que você também não me encontre nas vezes em que me sinto feliz e livre sentindo as ondas sonoras tocarem meu corpo e me fazerem dançar.
Tudo bem.
Mas eu não consigo me saber parada aqui. Não consigo sentir essa vida passando assim por entre meus dedos. Por isso, não espere me encontrar com endereço fixo.
Talvez, não te encontrar seja isso, descobrir novas formas de viver.
Trocar o lado da rua.
Fazer um passeio diferente.
Ser errante.
Aprender a viver e ser feliz "apesar de".
Mas, ainda aguardo o momento em que saberei quem é você, que povoa meus sonhos, e enfim te entregarei todas as cartas que tenho guardadas, e te mostrarei todos os rascunhos da minha pasta, e quem sabe até, entoarei pra você as músicas que fiz enquanto você por aqui não estava.
Sim, talvez não te encontrar seja meu jeito meio estranho de me saber viva, de me pertencer.
Enquanto você não vem... eu vivo!
Mas uma hora a gente se esbarra... ah sim, se esbarra sim!
E então te contarei tudo que aprendi enquanto vivi tua ausência.
Enquanto isso... vou continuar por aqui, vivendo! Em uma rua dessas por ai, uma hora a nossa vida se encontra.

Camila Lourenço

6 comentários:

  1. legal. Sempre me surpreende com a leveza dos seus textos. De onde vem suas idéias? Onde busca tanta imaginação? Nos deixa curioso.

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  2. Oi Eurípedees!!!
    Vai parecer clichê, mas é a verdade, a minha fonte mais abundante de idéias é meu coração.
    Na maioria das vezes são textos falando de sensações, que muitas vezes, eu não gostaria de sentir.
    Mas, não é raro tb algumas pessoas se encontrarem neles, amigos, amigas, família,e quem sabe até pessoas que não conheço (como neste texto).
    Tem um pouco de mim e dos que passam por mim em cada texto meu...em cada palavrinha.
    Miha terapia, meu vício, minha salvação e quem sabe também, minha condenação é essa: escrever de forma escancarada o que sinto.
    Sou feliz com esse fardo...e muitos presentes raríssimo já ganhei através desta 'tarefa'.Vc é um deles!

    Beijoo!
    Semrpe bom ter sua marquinha por aqui!

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  3. Oi, Camila, bom dia!!
    A doçura maior desse texto maravilhoso está em que não se pode apressar tal encontro. Muitos vivem ansiedades até desumanas por um encontro que não se dá, que não acontece. Mas não há mesmo como apressá-lo, e, se houvesse, os ditados que já foram feitos sobre a pressa são mais que suficientes para sabermos que as previsões para os apressados não são boas. Somos como as estações do ano... Um dia, chega a primavera! Ela acontece sozinha, da forma mais fortuita!... E nos surpreende maravilhosamente!...
    Um beijo carinhoso
    Lello Bandeira

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  4. Lello,
    Que hora boa chega esse seu comentário, tão rico de sensibilidade, verdade e esperança.
    Acho que todo mundo as vezes anseia esse encontro, ou até mesmo teme, mas como vc mesmo disse, ele é tão certo como a primavera...uma hora, chega!
    Obrigada por enriquecer este espaço com seu pitaco!
    Seja bem vindo!
    Beijo!

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  5. Bonito texto. Acredito que esse encontro aconteça quando menos se espera.,Continue assim, você nasceu pra ser escritora. Forte abraço

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Espaço pra seu 'pitaco'!
Bjokaa!